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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Nunca se esqueçam de Deus



O romancista e historiador russo Alexandr Solzhenitsyn (1918-2008), Nobel de Literatura em 1970, recebeu em 1983 o prêmio da Fundação Templeton em Londres. Seu discurso, para um público ilustre da sociedade britânica, teve como título: “Nunca se esqueçam de Deus”. Na introdução ele afirma: “Mais de meio século atrás, quando eu ainda era uma criança, lembro-me de ouvir vários idosos dando a seguinte explicação para o grande desastre que caiu sobre a Rússia: o homem se esqueceu de Deus; foi por isso que tudo aconteceu”.

Por mais de 50 anos, ele estudou a história da Revolução Russa, leu centenas de livros, ouviu inúmeros testemunhos pessoais e escreveu oito volumes no esforço de compreender o que aconteceu e afirmou no seu discurso: “Se me fosse pedido hoje para formular, o mais precisamente possível, a causa principal desta trágica revolução que solapou a vida de 60 milhões de pessoas, não poderia colocar de forma mais precisa do que repetir: o homem esqueceu-se de Deus. Esta é a razão por que tudo aconteceu”.

A religião sempre foi reconhecida como o meio que preserva e mantém uma sociedade ou nação mais coesa. Quando a fé diminui e a religião desaparece -- é isso que chamamos de secularização --, os modelos de associação humana tornam-se fragilizados. Quando as convicções pessoais se perdem e começamos a agir conforme nossos instintos ou de acordo com aquilo que julgamos natural, fica impossível sustentar uma sociedade sem o uso de outras forças. No final, temos a violência ou algum tipo de totalitarismo.

O salmista levanta uma pergunta crucial para nós, hoje: “Destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?”. Sem os fundamentos espirituais, a justiça se perde, rapidamente. Sem o temor de Deus, tudo é possível. Política, negócios, prazer, riqueza, trabalho, ciência e a religião, sem o temor de Deus, perdem seus princípios e, quando se perde a consciência de Deus, quando já não existe mais o respeito pelo divino, o ser humano perde sua identidade básica de criatura.

Solzhenitsyn conclui seu discurso dizendo: “Nossa vida não consiste na busca do sucesso material, mas na busca de crescimento espiritual. Toda a nossa existência terrena é uma transição em direção a algo maior, e não podemos tropeçar e cair, nem devemos ficar inutilmente parados em um degrau da escada. As leis materiais não explicam a vida nem podem dar-lhe algum sentido. As leis da física e da fisiologia nunca irão revelar a forma misteriosa como o Criador, constantemente, dia após dia, participa da vida de cada um de nós, nos concedendo a energia da existência; quando esta assistência nos deixa, nós morremos. E na vida de todo o nosso planeta, o Divino Espírito certamente se move com não menos força. É isto que precisamos entender nessa hora escura e terrível”.

O que é verdadeiro para a pessoa o é também para a nação. A intensificação do secularismo penetra, de forma cada vez mais profunda, a consciência humana a ponto de negar a realidade divina ou, na melhor hipótese, mantê-la restrita no mundo privado de cada um. O ser humano sem Deus e sem o temor de Deus perde sua identidade, esquece seus fundamentos e vive como um barco à deriva.

Não podemos nos esquecer de Deus. O apóstolo Paulo afirma que nele (Cristo) nos movemos e existimos. Não há vida real sem Deus e essa verdade se aplica à pessoa e à sociedade. A advertência de Moisés para o povo de Deus foi: “Se te esqueceres do Senhor, teu Deus, e andares após outros deuses, e os servires, e os adorares, protesto, hoje, contra vós outros que perecereis” (Dt 8.19). Nunca se esqueçam de Deus.

• Ricardo Barbosa de Sousa


 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

O Caminho de Deus

 
Hebreus 10.22 - aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura.

A Segurança daquele que anda no caminho de Cristo fica evidente pela certeza de sua fé na suficiência graciosa da obra consumada por Jesus Cristo. A certeza da fé que se professa é o caminho para o descanso. Aqueles que não sabem em quê acreditam, mistura a pretensa fé com seus pensamentos miseráveis, incapazes de ter resposta para seus dilemas.

Saber que o SENHOR resolveu o problema do pecador nos traz paz. Quando sabemos que a nossa vida está sob controle de alguém que sabe o que está fazendo, ficamos tranquilos. Romanos 5.1 - Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;

O caminho da paz está na estrada da cruz de Cristo. Isso vai além de sua morte em beneficio do pecador. O réu culpado pelo pecado também precisa morrer juntamente com Cristo a fim de cumprir a exigência justa exigência da lei. O profeta Ezequiel afirma: Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. (18.4)

O SENHOR não tem favoritos, mas é justo em considerar cada pessoa responsável pelo seu próprio pecado. A morte aqui descrita é a morte física que, para alguns, resulta em morte eterna.

Todos os seres humanos são pecadores por natureza e todos estão sentenciados à pena capital. Só a morte do réu seria capaz de cumprir a rigor a lei. Por isso o maior milagre que Jesus Cristo realizou aqui na Terra foi a atração do pecador em seu corpo sobre o

 

 

madeiro a fim de crucificar esse pecador juntamente com ele, dando-lhe nova vida na ressurreição. Todos os milagres acabaram aqui na terra, menos a regeneração do pecador. Jesus Cristo não é apenas um substituto para os sintomas – é a cura para a causa.

O SENHOR pode conceder justiça a todos os que creem, tanto judeus como gentios, porque todo ser humano é miseravelmente incapaz de viver de acordo com os padrões divinos. Romanos 3.23 - Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus.

A impossibilidade humana abre a possibilidade divina. O ser humano é tão desesperadamente corrompido que nada consegue fazer a não ser lamentar sua própria miséria. O Senhor sabe do que o veneno do pecado é capaz de fazer: torna-nos impossibilitados de qualquer atitude nobre que dure mais de 5 minutos! E os padrões levíticos de santidade ficam há anos luz de distancia da capacidade humana pecadora.

Assim como na antiga aliança o sacrifício de um cordeiro simbolizando a pena de morte do pecador aplacava a necessidade de justiça, o Cordeiro de Deus veio tirar de uma vez o pecado do mundo. João 1.29 - No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

Esse “Cordeiro” pagou o preço de nossa divida moral, quando foi sacrificado em preço da redenção. A Lei exigia a condenação do pecador, pois ela não perdoa. A justiça divina também é inclemente, não pode perdoar quando é ofendida, e condena todos os que cometem iniquidade. E a humanidade, sem exceção, estava a sofrer sob o domínio do pecado, e destinada à condenação eterna, pelo rigor da Lei. No entanto, Paulo afirmou o seguinte, para o nosso beneficio: 2 Coríntios 5.21 - Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

A redenção em Cristo é importante porque tornou possível nossa justificação. É nela que a justiça de Cristo nos é imputada, a nós pecadores indignos, e toda nossa culpa pelo pecado é perdoada. Precisamos compreender que o SENHOR, por sua infinita graça, nos declara e nos considera justos não porque somos merecedores, em razão da prática de boas obras ou por termos fé, mas única e exclusivamente em virtude do amor que nutre por nós, mesmo ainda pecadores, manifestado no sacrifício de Cristo em nosso favor. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:8.

A justificação em beneficio do pecador é tão necessária como sua união, pela fé, naquele mesmo sacrifício. Se é uma verdade histórica que Cristo morreu em nosso lugar na cruz, é verdade teológica que nós morremos e ressuscitamos juntamente com ele. Assim como você reconhece a obra substitutiva para a sua justificação, você deve reconhecer a obra inclusiva para a sua regeneração e santificação. Romanos 6.3 - Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?

É imperioso crer que Deus se tornou homem para assumir o nosso pecado. Porém é igualmente imperativo anunciar que o homem crucificado se levantou dentre os mortos, pelo poder de Deus, a fim de se tornar o cabeça de uma nova raça. Nós estamos incluídos ai pelo batismo.

No processo de “mistura” entre o Filho de Deus e o Filho do homem (na figura de José). O Cristo humanado aqui na terra é o homem divino lá no céu. Cristo Jesus é Deus em pele de homem. Jesus Cristo é homem no porte de Deus. Quando Jesus desceu à Terra não deixou de ser Deus; quando voltou ao céu não deixou de ser homem, afirma o Pastor Glênio Fonseca. Assim também, há um pouco de Deus em nós e um pouco de nós em Deus.  

O caminho do SENHOR é Cristo, e a via dolorosa de Cristo é a cruz. Ninguém poderá se tornar filho de Deus sem o novo nascimento, e ninguém nasce de novo sem primeiro morrer juntamente com Jesus Cristo. 1 Coríntios 15.36 - Seu tolo! Quando você semeia uma semente na terra, ela só brota se morrer.

Não existe nascimento sem a morte da semente. Não existe novo nascimento sem a morte do pecador por meio da morte de Cristo.

Cristo é o caminho para o Pai. Ninguém poderá ir a Ele fora de Cristo crucificado. Não há atalho nem via paralela. Se omitirmos a cruz de Cristo, omitimos o caminho da redenção. Você e eu só poderemos participar do Reino de se passarmos pela via dolorosa de nossa co-crucificação com Cristo.

Podemos desfrutar dos efeitos dessa obra da cruz. Primeiro, uma nova RELAÇÃO de paz com Deus. A pessoa justificada passa a ter essa paz por ter sido tornado perfeitamente justo, declarado por lei divina e irrevogável. Ela pode repousar tranquilamente visto que sua nova natureza se harmoniza perfeitamente com a natureza santa do Pai. Esta é a nova relação do crente entre aquele que foi justificado e o Aquele que justifica.

Segundo, uma nova POSIÇÃO. Antes estávamos perdidos em delitos e corroídos pela culpa. Agora temos uma nova posição: regenerados em Cristo Jesus, somos novas criaturas com hábitos novos e um novo destino, traçado pelo SENHOR, em direção ao seu Reino.

Terceiro, uma nova PROVISÃO. Pela sua graça, o SENHOR nos provê meios necessários de nossa permanência neste feliz e glorioso estado espiritual. Aquele que nasceu do alto tem firmeza na doutrina e estabilidade emocional nas suas convicções, e certeza da segurança eterna. Jesus fez o resgate de nossa divida moral, pagando com o seu sangue um preço muito alto, o Pai pôs na nossa conta um crédito de justiça plenamente suficiente. Não é um crédito da TIM!

Agora nos resta desfrutar diariamente desta herança, honrando a Jesus em todo o tempo. Que o Espirito nos conceda a graça de continuar nessa convicção que traz segurança a todos nós.

  
╬Pr. Fábio Alcântara