O jejum não é mera questão de privação de alimentos, bem como, jamais será moeda de troca. Nada que não seja pela graça tem graça no Reino de Deus. O jejum tem a ver com a comunhão promovida pelo amor. Uma vez que os filhos do Altíssimo estejam na intimidade de uma conversa confortante, na sala do Trono, acabam jejuando.
A oração não é uma reza, nem mesmo um ritual. A oração é a conversa entre o filho e o seu Pai. É um diálogo de afeto que, frequentemente, pode se delongar e por isso, culminar no jejum. Foi o prazer da comunhão que dispensou o prazer da alimentação.
Na esfera espiritual a comunhão é mais poderosa e prazerosa do que a própria comida. Na tentação de Jesus no deserto, Satanás lhe propôs uma refeição que provasse a sua filiação de Deus e, o Senhor lhe contestou: nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.
Se Esaú sujou o babador com um prato de lentilha, Jesus rechaçou o tentador com o cardápio do céu.
Jesus não foi ao deserto para jejuar. Ele foi levado ao deserto para ser tentado pelo diabo. O problema é que o diabo demorou demais e Jesus ficou conversando com o Seu Pai, e, por este motivo, acabou jejuando. Enquanto conversava com Deus, jejuou.
É por esta razão que a Bíblia coloca quase sempre a oração na frente do jejum. A locomotiva é, todavia – oração, enquanto o jejum se torna o vagão. Quero ressaltar aqui o fato do espírito da cruz, que tem como propósito sempre depender da graça. Se o jejum é uma realidade de conquista ou de quebrantamento, então o Espírito Santo ficaria quase dispensável no que diz respeito ao esvaziamento das forças carnais.
Segundo o apóstolo Paulo as armas de nossas lutas não são carnais. As tropas espirituais não guerreiam com armas carnais. Sendo assim, jejum jamais poderá ser visto, em si mesmo, como uma arma espiritual, pois se for, a graça deixará de ser graça.
Tanto a oração como o jejum são tidos como meios da graça. Ninguém ora ou jejua para receber bênçãos da graça de Deus, mas ora e jejua porque a graça impulsiona a isso. Não é por esforço, mas por desprendimento e prazer espiritual. A vida cristã nunca foi movida a muque ou tutano do sujeito, porque tanto o querer como o efetuar são efeitos da graça na vida dos filhos do Altíssimo.
As disciplinas espirituais nunca tiveram caráter de esforço carnal. Não se trata de supressão de um instinto velho, mas da expressão das novas motivações advindas por meio do novo nascimento. Não é a alma se esforçando para ser aceita perante o trono, é o espírito regenerado se alegrando com as riquezas insondáveis de Cristo.
Mendigos, não entrem nessa de conquistar aquilo que já foi conquistado e não façam dos meios da graça uma aquisição sua.
from my friend, Glenio
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