AS RECOMPENSAS DO LUGAR SECRETO
Quando orares,
entra no Teu quarto, fechada à porta, orarás ao Teu Pai, secretamente... Mateus 6.6.
A oração é uma
atividade contrária à nossa natureza. Desde que nascemos somos feitos para ser
autossuficientes. E a oração desafia tudo isso: trata-se de um ataque à
autonomia humana.
Além do mais, é
pela oração que desenvolvemos intimidade com o Pai. você só poderá sentir
prazer na vida espiritual com Jesus Cristo, se adquirir o hábito de cultivar a
Sua presença. Bill Hibels afirmou: a parte mais enriquecedora e recompensadora
da sua vida de fé estará na oração, e não em suas ações ou diligencia de
fidelidade a Deus. Aceitação,
fidedignidade, dom da paz, da graça – essas são as características do caráter
do Pai, que se tornarão mais vivas para você à medida que se dedica a cultivar
uma vida de oração.
Vamos abordar
aqui alguns requisitos para o desempenho da vida de oração confidencial. O primeiro, é ter um lugar íntimo ou
privado. Jesus é o nosso modelo de oração e Ele procurava sempre um lugar sem
muita agitação. A oração em um lugar secreto é um dos segredos da vida
privativa de oração. Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi
para um lugar deserto e ali orava. Marcos 1.35. Lugar exclusivo gera
mais intimidade.
Jesus sempre
buscava lugares que lhe proporcionasse certa exclusividade em Sua comunhão com
o Pai.
E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar. Marcos 6.46. Sua
preferência era sempre por alguns lugares isolados: Ele, porém, se retirava para
lugares solitários e orava. Lucas 5.16. Precisamos eleger um lugar sem
muito agito.
Deus é
onipresente, mas nós somos limitados e distraídos, por isso precisamos de um
lugar tranquilo para dar lugar a oração dos nossos corações inquietos.
“Enquanto a tempestade se aproxima, regozijemo-nos pela fé por causa de nosso
lugar atrás da porta fechada - em Cristo,” considerava com propriedade, J.
Charles Stern.
Se temos o
lugar, vamos separar um tempo. Um lugar e a agenda fazem parte de todo processo
de oração. Quando Jesus foi escolher os doze discípulos, Ele retirou-se para o
monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.
Há sempre um
período de oração, que pode ser maior ou menor, na disciplina do intercessor. A
falta desta determinada ocasião, com frequência, ocasiona desistência e nós não
percebemos a importância de termos um momento especial para a oração.
Destine uns
minutos para o seu encontro com Deus e vá aumentando a medida que o
relacionamento for se tornando mais significativo. “Não cabe a você dispor de
seu tempo conforme seu agrado; ele é um talento glorioso de que precisaremos prestar
contas, tanto quanto qualquer outro talento”. O tempo dos adoradores é sagrado.
Agora, pense em ter um caderno ou planilha de
oração para anotar e consultar os pedidos. Esta é uma questão prática. A nossa
mente é muito dispersa e precisamos de um meio para dar objetividade, tanto às
súplicas como às respostas. Registrar os pedidos e datá-los é tão importante
como anotar e assinalar o dia das respostas. George Muller deixou marcado 5 mil
orações. Um dado curioso: ele tinha 5 amigos. Durante vários anos um a um foram
sendo convertidos. 36 anos depois 2 ainda não tinham sido salvos, mas no dia do
seu funeral, entregaram-se a Jesus. Suas orações eram sempre respondidas.
Orar é o
privilégio dos cristãos. É a ferramenta deixada a nós para recebermos socorro
do alto. O poder de Deus pode transformar circunstâncias e relacionamentos.
Pode nos ajudar a enfrentar as lutas diárias, curar problemas psicológicos e
físicos, remover dificuldades conjugais e suprir necessidades materiais.
Depois de ter um
lugar privativo, uma hora específica e um local determinado e fácil de ser
usado para poder registrar as petições e respostas - pense em poder aquietar a alma. Nada pode ser mais
importante para a concentração do que a calma da alma.
Uma das
propostas para conhecer a intimidade de Deus é esta: aquietai-vos e sabei que eu sou
Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. Salmos
46.10. Sabemos que esta iniciativa não é nada fácil. Como manter desassustado o
nosso velho coração, acostumado às palpitações desta vida frenética e
temerária?
A quietude da
alma no âmbito da oração é uma luta das mais complicadas que temos. Foi mais
fácil, para Jesus, sossegar o mar revolto, do que serenar a alma dos seus
discípulos assustados. Ficar despreocupado é um milagre que parece contrário ao
estilo e propósito da oração. Como podemos nos tranquilizar ao suplicar em
oração?
A inquietude da
alma é um prejuízo sutil para os momentos de intimidade com o Pai. John Bunyan
(preso 17 anos por pregar o evangelho) costumava dizer: “Se não tivermos
tranquilidade em nossa mente, o conforto exterior não fará por nós mais do que
fará um chinelo de ouro em um pé doente.” Precisamos do Espírito Santo para
aquietar a nossa mente trepidante. A oração acalma a tempestade da alma. Somente
em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação.
A oração
cultivada num quintal isolado do mundo tira a ansiedade. Quando trabalhamos, nós trabalhamos; quando oramos, o Pai trabalha por nós. Aqueles que não
oram, vivem sob cruel ataque ansioso. Rompem o elo com a paz de Deus e seu
poder, e o resultado disto é que passam a se sentir subjugados, assolados,
abatidos, humilhados e derrotados pelo mundo sem dó nem piedade.
Também, não é o
fervor que faz da oração uma flecha certeira. Sim, é bom que Deus nos ouça, mas
é melhor ouvi-Lo, antes. Andrew Murray insistia: - “A oração não é um monólogo,
mas um diálogo; a voz de Deus em resposta à minha é a parte fundamental. E,
ouvir a voz de Deus é o segredo da certeza de que ele ouvirá a minha”.
Se ouvirmos a
Palavra de Deus, primeiro, podemos orar de acordo com o que ela diz. Orar a Palavra de Deus é outro ponto
importante da vida de oração. É aqui que se encontra uma das chaves das
petições: E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma
coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. 1 João 5.14.
Não há
possibilidade de orar contra a vontade de Deus, se aquele que ora, ora em pleno
acordo com a Palavra. Além do que, como ensinava A. W. Pink: “Pedir em nome de
Cristo é deixar de lado nossa vontade e curvarmo-nos à perfeita vontade de
Deus.”
Agora que
podemos orar segundo a vontade de Deus, devemos pedir até que o nosso pedido
fique, de fato, em Suas mãos. Entrega a tua jornada ao SENHOR, confia
nele, e ele tudo fará. Salmos 37.5. Abrir mão do nosso controle não é
nada fácil.
A oração também
deve ir na base da confiança e entrega. Quanto mais ansiosa for a oração, mais
tempo demora a resposta. Porque Deus primeiro trabalha nossa ansiedade. Se você
orar querendo convencer Deus, certamente ficará muito desapontado. Se quando
mais você orar por algo, mais ansioso ficar, então é hora de parar de orar,
pois talvez essa intercessão pode estar disfarçada de desespero.
Aqui, temos uma
grande luta. Se o nosso pedido não ficar entregue, nós vamos continuar
entregando. Mas, se entregarmos, nossa luta arrefece e passamos a agradecer,
pela fé, a resposta que
ainda
não chegou, porque a fé vê o invisível. Temos que interceder até entregar.
Depois de entregue, agradecer até receber. Estes são dois movimentos vitais da
oração: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de
graças. Filipenses 4.6.
As petições são
características de criança. Como filhos de Deus somos, por um lado, crianças
carentes, suplicantes e dependentes, por outro lado, adultos agradecidos. A petição
fala da humildade de Jesus que dependia, em tudo, do Seu Pai. A gratidão diz da
Sua mansidão, que vivia em adoração, agradecido por tudo.
A vida de oração
deve ser permanente: ora, peticionando, ora, agradecendo. A escola de oração
com Jesus não deixa ninguém sem estímulo para conversar com o seu Pai. Se não
estamos suplicando, estamos agradecendo. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade
de Deus em Cristo Jesus para convosco. 1 Tessalonicenses 5:18.
Então busque um
lugar que seja adequado; coloque em sua agenda o espaço para orar; tenha algo
por perto para anotar; procure ficar em silêncio, aquiete-se; leia ou ouça um
trecho da Palavra de Deus; ore de acordo com a vontade de Deus exposta na
Bíblia; peça segundo a vontade de Deus até entregar; uma vez entregue, agradeça
até receber; e já que recebeu, ore e adore até o fim de sua vida aqui na terra.
É vida de oração.
SUGESTÃO
PARA UMA VIDA DE ORAÇÃO
1- Tome a decisão de cultivar o hábito de orar
Tomar uma decisão
exige se deparar com os valores que temos como prioridade. Se você faz da
oração uma prioridade, então ela encontrará espaço na tua agenda.
2- Tenha paciência com você mesmo
O hábito tem que
ser desenvolvido. Se falhar vários dias, comece de novo, e de novo, até formar
o hábito.
3- Transforme a interrupção em oração
Ore por aquilo
que te dispersou. Se ao começar a orar, veio o emprego na tua cabeça, ou as
dívidas, ou a família, comece a orar por esses motivos. Use os intrusos ao seu
favor. Essas vozes intrusas podem abrir uma conversa com o Pai.
4 - Não tenha pressa de orar
Temos que
planejar. Não pode ser no meio do agito da casa. Não adianta quere orar quando
todos começam a chegar em casa para jantar, almoçar, etc.
5- use as orações escritas e escreva orações
Ore o "Credo
de Jesus" (Pai nosso), ore os salmos. Se tiver raiva, ore o salmo 137
"filha da babilônia!!"
6- Crie ambiente pra sua oração
Coloque música,
uma almofada. Crie um ambiente.
Pr. Fábio Alcântara