Terminei de ler o livro de Phillip Yancey.
Sou admirador desse autor de incrível percepção Cristã.
Eis alguns apontamentos.
O amigo dos pecadores, mas sem pecado
Jesus era amigo dos pecadores. Ele elogiou um cobrador de
impostos servil acima de um fariseu temente a Deus. A primeira pessoa a quem se
revelou francamente como Messias foi uma mulher samaritana que tinha um passado
de cinco casamentos fracassados e a ocasião vivia com outro homem.com seu
último alento perdoou um ladrão que não teria nenhuma oportunidade de crescer
espiritualmente
Observo admirado a combinação intransigente da gentileza de
Jesus para com os pecadores com a sua hostilidade para com o pecado.
Atualmente muitos daqueles cristãos que condenavam
veementemente a homossexualidade, que Jesus nem mencionou, desprezam seus mandamentos
diretos contra o divórcio. Continuamos redefinindo o pecado e mudando a ênfase.
Cada vez mais, temo, a igreja é considerada inimiga dos
pecadores.
Percebo, ao olhar para a vida de Jesus Cristo, como nos
distanciamos do equilíbrio divino que ele estabeleceu para nós. Ouvindo sermões
e lendo as obras da atual igreja, às vezes detecto mais de Constantino do que
de Jesus. O homem de Nazaré era um amigo dos pecadores, mas sem pecado, um
padrão que deveria nos convencer das duas coisas.
Retrato de Deus
George Buttrick, ex capelão de Harvard, lembra-se dos alunos
que entravam em seu escritório, desabavam sobre uma cadeira e declaravam não
crer em Deus. Buttrick costumava dar esta resposta que os desarmava: “sente-se
e me diga em qu3 tipo de Deus você não crê. Talvez eu também não creia nesse Deus”. E então ele falava acerca de Jesus Cristo, a
correção para todas as nossas suposições acerca de Deus.
Jesus apresenta Deus com pele, o qual podemos pegar ou
largar, amar ou desprezar. Nesse modelo visível, reduzido, podemos discernir as
características de Deus com maior clareza. Martinho Lutero incentivou seus
alunos a fugir do Deus oculto e a correr para Cristo, e agora sei por quê.
O Antigo Testamento destaca o imenso abismo entre Deus e a
humanidade. Ele é supremo, onipotente transcendente e qualquer contato limitado
com ele põe risco aos seres humanos. As instruções de adoração num livro como Levítico
me fazem pensar num manual para lidar com material radioativo.
Os discípulos de Jesus Cristo cresceram num ambiente desses,
nunca pronunciando o nome de Deus, agindo de acordo com o intricado código de
purificação, obedecendo as exigências da lei mosaica. Eles tinham por certo,
como em muitas outras religiões da época, que o culto tinha de incluir
sacrifício: alguma coisa tinha que morrer. O Deus deles proibia sacrifício de
seres humanos e, assim, no dia do festival de Jerusalém se enchia de balidos e
mugidos de um quarto de milhão de animais destinados ao altar do templo. O
barulho e o cheiro do sacrifício eram fortes lembretes sensoriais do grande abismo
entre Deus e eles.
Dessa maneira, Jesus Cristo introduziu profundas alterações
no modo pelo qual vemos a Deus. Principalmente trouxe Deus para mais perto.
Para os judeus que conheciam um Deus distante, Jesus Cristo trouxe a mensagem
de que Deus se importa com a relva dos campos, alimenta os pardais, conta os
cabelos da cabeça de uma pessoa.
Para os judeus que não se atrevia a pronunciar o Nome, Jesus
Cristo trouxe a chocante intimidade da palavra aramaica Aba. Era um termo de
conhecido afeto familiar, onomatopeico como “papá”, a primeira palavra que
muitas crianças dizem. Antes de Jesus, ninguém imaginaria aplicar tal palavra a
Javé, o Senhor soberano do universo.
Enquanto Jesus pendia da cruz, aconteceu algo que pareceu
selar a nova intimidade para a jovem igreja. Marcos registra que exatamente
quando Jesus Cristo expirou, o “véu do templo se resgou em duas partes, de alto
a baixo” (15.38).
Com demasiada frequência e facilidade esquecemos o que
custou a Jesus obter para todos nós – gente comum – o acesso imediato à
presença de Deus. Conhecemos Deus como Aba, o Pai amoroso, apenas por causa de
Jesus Cristo.
E você? Já deixou ser amado por Deus, através de Jesus
Cristo?