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domingo, 29 de maio de 2016

O Homem e o Reino




 

Marcos 5.22-23

21 Jesus voltou para o lado oeste do lago, e muitas pessoas foram se encontrar com ele na praia. 22 Um homem chamado Jairo, chefe da sinagoga, foi e se jogou aos pés de Jesus, 23  pedindo com muita insistência: — A minha filha está morrendo! Venha comigo e ponha as mãos sobre ela para que sare e viva! 24 E Jesus foi com ele. Uma grande multidão foi junto e o apertava de todos os lados.

35 Jesus ainda estava falando, quando chegaram alguns empregados da casa de Jairo e disseram: — Seu Jairo, a menina já morreu. Não aborreça mais o Mestre.36 Mas Jesus não se importou com a notícia e disse a Jairo: — Não tenha medo; tenha fé! 37 Jesus deixou que fossem com ele Pedro e os irmãos Tiago e João, e ninguém mais. 38 Quando entraram na casa de Jairo, Jesus encontrou ali uma confusão geral, com todos chorando alto e gritando. 39 Então ele disse: — Por que tanto choro e tanta confusão? A menina não morreu; ela está dormindo. 40 Então eles começaram a caçoar dele. Mas Jesus mandou que todos saíssem e, junto com os três discípulos e os pais da menina, entrou no quarto onde ela estava.  41 Pegou-a pela mão e disse: — “Talitá cumi!” (Isto quer dizer: “Menina, eu digo a você: Levante-se!”) 42 No mesmo instante, a menina, que tinha doze anos, levantou-se e começou a andar. E todos ficaram muito admirados.  43 Então Jesus ordenou que de jeito nenhum espalhassem a notícia dessa cura. E mandou que dessem comida à menina.
 

Quando Deus escolheu formar um povo particular a fim de manifestar as dimensões do seu amor ao mundo, começou separando um homem que tinha o nome Abrão, que significava “Pai Elevado”.

Deus escolheu essse homem e envolveu-o até lhe mudar o caráter, dando-lhe também um novo nome que representasse os seus objetivos paternos: Abraão – Pai de uma grande família.

O mundo sempre teve carência da figura paterna. Há muitos reprodutores, genitores e progenitores, mas poucos pais. Não basta procriar, é preciso criar com sabedoria e amor. É uma tarefa que exige graça e dedicação.

Estima-se que em média uma criança faz 500 mil perguntas até os quinze anos. É um privilégio ter meio milhão de oportunidades para comentar algumas coisas sobre o significado da vida.

O encargo mais excelente que o homem pode ter é o ensino da Palavra de Deus aos seus filhos. Ele precisa investir tempo na comunicação dos princípios do Senhor.

DEUTERONOMIO 6.6-7

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.

 
JAIRO

Jairo foi um pai muito sábio. Ele era um líder tradicional na religião judaica, e seu formalismo religioso demonstrava reservas profundas contra o estilo de Jesus. Mas na sua crise, não se agarrou aos seus preconceitos e costumes radicais. Ele foi diretamente ao Senhor Jesus Cristo buscar solução para seu problema.

Temos aqui o primeiro princípio da verdadeira paternidade. Só poderá ser pai de verdade quem tem um modelo divino de paternidade. Ele procurou Jesus por ser o Filho de Deus, capaz de revelar a identidade satisfatória da paternidade exemplar. Alguém já disse: só quem tem pai pode ser pai.

Cristo veio ao mundo para salvar o ser humano dominado pelo pecado, cancelando a sua filiação espiritual do diabo, a fim de torna-lo filho de Deus. Esse é o maior privilégio que uma pessoa pode ter.

JOÃO 1.11-13

Veio para o que era seu, e os seus não o receberam, Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

A humanidade é criação divina. Todos os seres humanos são criaturas, mas alguns foram feitos, em cristo, filhos de Deus pai. Todos aqueles que foram crucificados com Cristo e ressuscitaram em novidade de vida são filhos de Deus. Esses conhecem na prática a expressão do amor paternal de Deus, e podem, como humanos, ser pais amorosos e responsáveis. A paternidade celestial é o modelo da paternidade adequada aqui na terra.

 PROPORÇOES DO AMOR PATERNO

Para revelar as proporções do amor paternal, Jesus Cristo contou uma história de um pai que tinha dois filhos (Lucas 15.11-32). O mais novo teve a iniciativa de pedir a herança enquanto o pai ainda estava vivo. Sem qualquer discussão, o pai prodigo em amor estava pronto para dar aquilo que o filho não tinha qualquer direito.

O verdadeiro amor não teme ceder seus direitos a fim de conceder privilégios ao objeto da sua afeição. O pai autentico não se preocupa em fazer os seus filhos bons ou perfeito, mas em tornà-los mais felizes que ele possa conseguir. O grande patrimônio de uma vida é o contentamento e o combustível da satisfação é a alegria. A felicidade é a atmosfera onde todas as boas afeições crescem.

Mesmo sabendo que o filho mais moço poderia se chafurdar na lama, aquele pai não reteve sua posse, nem tao pouco se amargurou com a atitude arrogante do filho. Do mesmo modo que ele deu ao filho a metade da sua fazenda para gastá-la deu a totalidade do seu perdão para absolve-lo. Um pai que não perdoa as faltas do seu filho não conhece Deus Pai.

EXEMPLO

O ser humano é uma criatura influenciada mais por padrões do que por preceitos. Ser Pai não é uma questão de mera genética, mas de pura ética. Não é bastante gerar filhos, é preciso demonstrar exemplo. E não é suficiente fazer boas e belas preleções, é preciso espelhar na conduta seu ensino.

Ser pai é ser exemplo de verdade. Os filhos precisam mais ddas pegadas no caminho, do que palavras que encobrem transgressões sutis. Um pai, ainda o mais pobre, tem sempre uma riqueza para deixar para os filhos: o exemplo. Inconscientemente, os filhos estão mais interessados em contemplar aqueles que mostram o que dizem, do que aqueles que dizem e não mostram.

Ser um exemplo não significa ser perfeito, mas ser governado pelos ditamos de um Deus perfeito. Não estamos pregando a inerência, mas a coerência. A melhor maneira de ensinar ao menino o caminho que se deve andar é nós mesmos trilharmos esse caminho. Os nossos passos são fundamentais para orientar as pisadas dos filhos.

 HERANÇA

Um pai crente não investe apenas no bem-estar dos seus filhos nesse mundo. A vida tem dimensões que não acabam na sepultura, por isso ele se interessa sobremaneira com a vida espiritual da sua família. Não basta construir um patrimônio aqui na terra para seus familiares, é preciso fazer aplicações de proporções eternas.

Você poderá dar aos eu filho todas as coisas materiais que ele precisa, mas terá falhado profundamente se não se der a si mesmo, na expressão de um exemplo de amor e perdão. Ser um homem realizado na sua profissão e ter um nome de realce na sociedade, mas ser um fracasso como pai é uma ruina completa.

O General Douglas MacArthur disse certa feita: “por profissão sou soldado e tenho orgulho deste privilégio. Mas sinto-me infinitamente mais orgulhoso em ser um pai”. A grande necessidade de nosso tempo é a restauração equilibrada da figura digna da paternidade responsável. A terrível desordem social passa em primeiro lugar pelo lar. E o desequilíbrio no lar se estriba na falta da legitima paternidade.
 

AMBIENTE DE AMOR

O reverendo Theodore Hersburgh disse: a coisa mais importante que um pai pode fazer por seus filhos é amar a mãe deles, e vice-versa.

O caráter forjado num ambiente de amor suporta qualquer temperatura. O filho que sente amor do pai por sua mãe cresce naturalmente saudável e se torna um exemplo para a outra geração.

O lar deve ser um ninho. Pai e mãe podem ser destituídos de cultura e riqueza, mas nunca de amor, de modo que eles possam inspirar nos filhos confiança, o respeito, o carinho com fartura de amor.

Quando o pai ama a mãe, os filhos se sentem protegidos e amparados. Quando uma criança começa a demonstrar insegurança e hesitação nos relacionamentos, pode se pesquisar no seio da família, que o problema está na falta de demonstração verdadeira de amor entre os pais. Um casal que se ama de verdade é um padrão de estabilidade para os filhos.

As pesquisas têm demostrado que as crianças em cujos lares o pai demonstra uma atitude firme de amor para com sua esposa, são emocionalmente mais inteligentes, seguras e preparadas para o êxito na vida.

 JAIRO

Jairo procurou Jesus Cristo

Para socorrer seu lar, pois sua filha estava gravemente enferma. Muitos lares hoje estão sofrendo de grandes enfermidades emocionais, e muitos dos nossos filhos passam por situações terríveis de privação afetiva. Uma pesquisa com um grupo de 300 estudantes da sétima e oitava séries mostrou que ficavam apenas 7 minutos com seus pais durante a semana. Uma tragédia.

Um homem contou uma interessante experiência da juventude: quando tinha 10 anos seu pai prometeu leva-lo ao circo. No meio do caminho o pai recebeu uma ligação de negócios que exigia sua atenção. Seu irmão e ele se consolaram mutuamente ante o desapontamento. Ouviram então seu pai dizer que não atenderia o chamado. Quando ele voltou à mesa, disse à mãe: “o circo vai voltar; a infância não”!

Os pais de hoje estão muito preocupados com o bem-estar material da família, se esquecendo da comunhão com amor e firmeza. Os filhos requerem os pais presentes, não o presente dos pais!

 DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA

Conta-se da clássica história de um homem que fez um desabafo na sua declaração de Imposto de Renda. Ele escreve:

O pai moderno muitas vezes, perplexo e angustiado, passa a vida inteira correndo como um louco em busca do futuro, esquecendo-se do agora. Com prazer e orgulho, a cada ano, preenche a sua Declaração de Bens para o Imposto de Renda. Cada nova linha acrescida foi produto de muito trabalho: lotes, casas, apartamentos, sítios, casas na praia, automóvel do ano.

Tudo isso custou dias, semanas, meses de luta. Mas, ele está sedimentando o futuro da família. Se partir de repente, já cumpriu sua missão e não vai deixá-la desamparada!

Para ir escrevendo cada vez mais linhas na sua relação de bens, ele não se contenta com um emprego só. É preciso ter dois ou três, negociar as férias, levar serviço pra casa... É um tal de viajar, almoçar fora, fazer reuniões, preencher agenda... Afinal, é um executivo dinâmico e não pode fraquejar!

Esse homem se esquece de que a verdadeira Declaração de Bens, o valor que efetivamente conta, está em outra página do formulário de Imposto de Renda, naquelas modestas linhas quase escondidas em que se lê Relação de Dependentes. São filhos, a quem deve dedicar o melhor de seu tempo.

Os filhos, novos demais, não estão interessados em propriedades e no aumento da renda. Eles só querem um pai para conviver, dialogar, brincar...

Os anos passam, os meninos crescem e o pai nem percebe, porque se entregou de tal forma na construção do futuro, que não participou de suas pequenas alegrias: não os levou ao colégio e nunca foi a uma festa infantil. Um executivo não deve desviar a sua atenção para essas bobagens!

 Há órfãos de pais vivos, porque o pai vai para um lado e a mãe para outro. É a família desintegrada, sem amor e sem diálogo. Sem a convivência, que solidifica a fraternidade entre irmãos, que abre caminho no coração, que elimina problemas e resolve as coisas na base do entendimento.

Há irmãos crescendo como verdadeiros estranhos que só se encontram de passagem em casa. E para ver os pais é quase preciso marcar horas.

Depois de uma dramática experiência pessoal e familiar vivida, a mensagem que tenho para dar é: não há tempo melhor aplicado do que aquele destinado aos filhos.

Dos dezoito anos de casado, passei quinze absorvidos por muitas tarefas, envolvidos em várias ocupações; e totalmente entregue a um objetivo único e prioritário: construir o futuro para três filhos e minha esposa.

Isso me custou longos afastamentos de casa, viagens, estágios, cursos, plantões no jornal, madrugadas no estúdio de televisão. Agora estou aqui com o resultado de tanto esforço. Construí o futuro penosamente e não sei o que fazer com ele depois da perda de meus filhos. De que vale tudo o que ajuntei se esses filhos não estão mais aqui para aproveitar isso conosco!

Se o resultado de trinta anos de trabalho fosse consumido agora por um incêndio e desses bens todos, não restasse nada mais do que cinzas, isso não teria a menor importância, porque minha escala de valores mudou e o dinheiro passou a ter peso mínimo e relativo em tudo. Se o dinheiro não foi capaz de comprar a cura de meu filho, que se drogou e morreu; não foi capaz de evitar a fuga de minha filhinha que saiu de casa e prostituiu-se e dela não tenho mais notícias, para que serve? Para que ser escravo dele!

Eu trocaria, explodindo de felicidade, todas as linhas da Declaração de Bens por duas únicas que tive de retirar da relação de dependentes: os nomes dos meus filhos. E como doeu retirar essas linhas da Declaração de 1986, ano base de 1985! Meu filho morreu aos quatorze anos e minha filha fugiu um mês antes de completar quinze.

 A paternidade ajustada é o início de uma revolução na estrutura social inadequada em que vivemos. Precisamos de pais legítimos com solicitude de sua paternidade. Nada pode ser mais catastrófico para a formação da personalidade do que essa lacuna deixada pelos pais no desenvolvimento dos filhos.

E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor. Efésios 6.4

Um filho de um pai irresponsável tem grande chance de repetir o modelo. Por isso, o grande imperativo do nosso tempo é a mudança radical desse paradigma. Você e eu somos responsáveis, à luz do evangelho, pelo ciclo dessa transformação. Não podemos viver mais reféns de uma mentalidade conformada com o papel deformado dessa paternidade desmantelada. Pai, você é o exemplo que seu filho ou filha vai imitar.

 

GFP.
 

terça-feira, 24 de maio de 2016

Conversão envolve todo nosso ser se voltando para Deus

 

Stephen J. Wellum 
 
De Gênesis a Apocalipse, as Escrituras são claras em dizer que a conversão é absolutamente necessária para indivíduos experimentarem a salvação e conhecerem a Deus. A menos que nos voltemos do pecado e nos voltemos para Deus, a menos que saibamos experiencialmente o que a Bíblia descreve como uma circuncisão espiritual e sobrenatural do coração (Deuteronômio 30.6; Romanos 2.25-29), não conheceremos a Deus de modo salvífico e iremos permanecer sob seu julgamento e ira (Efésios 2.1-3).
Como Tom Schreiner demonstrou em seus dois artigos (A Conversão no Antigo e Novo Testamento), a necessidade da conversão é ensinada através das Escrituras. Pode não ser o tema central das Escrituras, mas é certamente fundacional à completa história de redenção, especialmente em termos de como a redenção é aplicada ao povo de Deus. À parte da conversão, não podemos conhecer a Deus de forma salvífica. Não podemos experimentar o perdão dos pecados. Não podemos entrar no reino de Deus e no seu reinado salvífico.
Mas, ainda pode ser perguntado: Por que a conversão é necessária?
 
Entendimento popular x entendimento bíblico
Antes de respondermos essa questão, vale a pena esclarecer que não estamos falando sobre “conversão” no senso popular da palavra, mas no sentido bíblico. Qual a diferença?
Se você fizer uma pesquisa sobre o tema “conversão espiritual”, os resultados predominantes serão algo do tipo: conversão é a “adoção de uma nova religião” ou a “internalização de um novo sistema de crenças”. Essas definições enxergam “conversão” como uma mudança no pensamento de alguém ou de sua perspectiva que, na maioria das vezes, deixa a pessoa fundamentalmente a mesma. Isso é uma conversão não-cristã.
Em vez disso, a conversão cristã depende da obra soberana e sobrenatural do Deus triuno na vida das pessoas. Na conversão, Deus traz pessoas da morte espiritual para vida. Isso capacita-os a abominar o que uma vez amaram – seu pecado e rebelião contra Deus – e a se voltarem para Cristo e confiarem nele.
 
Três verdades que embasam a necessidade da conversão
Por que esse entendimento da conversão é absolutamente necessário? Três verdades fundacionais sublinham o ensino bíblico sobre conversão e nos ajudam a ver porque a conversão é tão importante nas Escrituras, na teologia e na proclamação do evangelho.
Permitam-me também destacar que essas três verdades são completamente inter-relacionadas. Uma pessoa não pode entender corretamente o que a Bíblia ensina sobre conversão à parte de apreender corretamente essas outras verdades, que é simplesmente um lembrete que nossas crenças teológicas são mutuamente dependentes uma da outra. Ter uma área da nossa teologia depreciada afetará grandemente as outras e isso é certamente verdadeiro em nosso entendimento sobre conversão.
 
O problema humano
A primeira verdade fundacional que firma e faz sentido ao ensino bíblico sobre conversão é a visão bíblica do problema humano. Mesmo que os seres humanos sejam criados como portadores da imagem de Deus e assim possuam incrível valor e significado, nós nos rebelamos em Adão contra nosso Criador e assim nos tornamos pecadores que estão sujeitos à ira de Deus (Gênesis 3; Romanos 5:12-21).
Quando a Bíblia fala de pecado e de humanos como pecadores, não vê isso como um problema secundário. Não é algo que pode ser remediado por autoajuda, mais educação ou mesmo resoluções pessoais de se tornar uma pessoa melhor. Tais soluções perenemente presentes subestimam muito a natureza do problema humano que as Escrituras descrevem poderosa e graficamente.
Visto biblicamente, o pecado não é somente um problema universal que nenhuma pessoa pode escapar devido nossa solidariedade em Adão como nosso representante do pacto (Romanos 3.9-12, 23; 5.12-21; 1Coríntios 15.22). Em Adão e por nossas próprias escolhas, tornamo-nos rebeldes morais contra Deus, nascidos nesse mundo de criaturas caídas. Essa é uma condição que não podemos mudar por nossa própria iniciativa e ação. E é uma condição que, tristemente, não queremos mudar, à parte da graça soberana de Deus. Em nossa situação de queda, nós não somente nos deleitamos em nosso pecado e de bom grado permanecemos em oposição ao justo reinado de Deus sobre nós, mas essa mesma disposição é evidência que estamos inaptos de nos salvar e nos mudarmos (Romanos 8.7). Como resultado, permanecemos sob o julgamento e ira de Deus (Romanos 8.1; Efésios 2.1-3) quer tomemos conhecimento ou não. Em nosso pecado, nosso estado diante do juiz do universo é de condenação e culpa (Ezequiel 18.20; Romanos 5.12, 15-19; 8.1). As Escrituras descrevem esse estado como morte, tanto em nível espiritual como, em última instância, físico (Gênesis 2.16-17; Efésios 2.1; Romanos 6.23).
Salvação, a remediação bíblica para esse problema, reverte essa situação terrível. E o ponto decisivo nessa reviravolta é a conversão.
O que precisamos é primeiramente de um salvador que possa pagar por nosso pecado diante de Deus, satisfazer os justos requerimentos de Deus e o julgamento dele contra nós. Nosso Senhor Jesus Cristo, o Deus-Filho encarnado, faz justamente isso por nós em sua obra da cruz. Ele satisfaz as demandas do próprio Deus: nosso pecado é pago totalmente (Romanos 3.21-26; Gálatas 3.13-14; Colossenses 2.13-15; Hebreus 2.5-18).
Em adição, não precisamos apenas que nosso pecado seja pago, precisamos também ser trazidos da morte espiritual para vida, que resulta numa transformação de nossa natureza por inteiro (Romanos 6.1-23; Efésios 1.18-23; 2.4-10). Precisamos que o Deus triuno nos chame da morte para vida e, pela agência do Espírito de Deus, dê-nos o novo nascimento (Efésios 1.3-14; João 3.1-8 [1] ). Precisamos de uma ressurreição dos mortos paralela a ressurreição do nosso representante da aliança para que sejamos capacitados a nos voltar do pecado de bom grado, para pôr de lado nossa oposição a Deus e seu reinado, como também para responder em arrependimento e fé ao evangelho (João 3.5; 6.44; 1 Coríntios 2.14).
Resumindo, conversão é necessária porque é parte da solução à séria natureza do problema humano tal qual é descrito pelas Escrituras.
 
A doutrina de Deus
A segunda verdade fundacional que firma e faz sentido ao ensino bíblico sobre a necessidade de conversão é o ensino bíblico acerca da natureza e caráter de Deus.
Como dito acima, essas duas verdades se explicam mutuamente. O problema humano é o que é por causa do que o Deus da Bíblia é. Nosso problema pode somente ser visto em suas cores verdadeiras à luz do caráter pessoal, justo e santo próprio de Deus.
Conversão é necessária porque como pecadores e criaturas rebeldes não podemos habitar na santa presença de Deus. O pecado não somente transgride o caráter de Deus, que é a lei moral do universo, mas ele também nos separa da presença pactual de Deus (Gênesis 3.21-24; Efésios 2.11-18; Hebreus 9). Nós, que fomos criados para conhecer a Deus e viver diante dele como vice-regentes, governando como pequenos reis e rainhas sobre a criação para glória de Deus, agora permanecemos sob a ira e condenação de Deus.
Portanto, sem o caráter santo de Deus sendo satisfeito na sua própria provisão sacrificial dele mesmo em seu Filho, não podemos conhecer a Deus salvificamente (Romanos 6; Efésios 4.20-24; Colossenses 3.1-14). Além disso, não é suficiente uma transação legal acontecer, importante como essa é no veredito de nossa justificação diante de Deus. Salvação também envolve a remoção interna do pecado e a transformação de nossa inteira natureza caída. Isso começa quando somos unidos a Cristo pela obra de regeneração do Espírito, que nos capacita de bom grado a nos voltarmos do pecado e descansarmos na obra consumada de Cristo nosso Senhor.
Em outras palavras, conversão é absolutamente necessária porque Deus demanda que suas criaturas sejam santas como ele é santo. Portanto, para que habitemos diante dele, devemos ser vestidos com a justiça de Cristo, transformados pelo poder do Espírito e feitos novas criações em Cristo Jesus (2Coríntios 5.17-21). Não há forma de portadores da imagem de Deus serem trazidos de volta ao proposito da sua criação e desfrutarem de todos os benefícios da nova criação sem terem seus pecados pagos completamente, sem serem nascidos novamente pelo Espírito e sem estarem unidos a Cristo pela fé.
Se falharmos em compreender alguma coisa da resplandecente santidade de Deus, sua perfeita justiça e sua exigência que suas criaturas ajam como filhos obedientes e portadores da sua imagem, nunca iremos compreender porque conversão é tão importante nas Escrituras.
Em adição, se não compreenderemos que nossa conversão somente acontece devido a iniciativa soberana do Deus triuno da graça, então nunca apreciaremos a profundidade e a largura do amor de Deus por nós, seu povo.
 
Conversão envolve arrependimento e fé – nosso eu holístico se voltando para Deus
A terceira verdade fundacional que nos ajuda a entender o ensino bíblico sobre conversão é que ela afeta a pessoa inteira e afeta a pessoa como um todo. Isto é, nas Escrituras, conversão envolve tanto se voltar do pecado (arrependimento) e se voltar para Deus (fé). Ambos são necessários para conversão, e assim arrependimento e fé são vistos corretamente como dois lados da mesma moeda.
Em outras palavras, conversão bíblica nunca é meramente uma mudança de perspectiva intelectual que não resulta em uma mudança na vida do indivíduo. Infelizmente, em muitas de nossas igrejas, encontramos pessoas que professam ter sido convertidas, mas que exibem meramente um assentimento intelectual do evangelho à parte de qualquer evidência de mudança real em suas vidas.
As Escrituras claramente consideram esse tipo de mero assentimento mental como falsa conversão (Mateus 7.1-23). Deus exige que a pessoa por inteiro lhe responda como suas criaturas do pacto: nosso pecado é uma rebelião da pessoa por inteiro contra Deus, e a salvação cristã é uma transformação da pessoa por inteiro, literalmente uma nova criação. Conversão envolve se voltar do pecado e se voltar para Deus. O que envolve a pessoa inteira – seu intelecto, vontade e emoções (Atos 2.37-38; 2 Coríntios 7.10; Hebreus 6.1).
 
Não é suficiente tirar nosso chapéu para Jesus
Conversão não é opcional. É absolutamente necessária. Não podemos entender salvação e o evangelho à parte de uma visão robusta dela.
O cristianismo nominal, que se prolifera rapidamente em nossas igrejas, não é o cristianismo bíblico. Não é suficiente tirar nosso chapéu para Jesus. Devemos experimentar a obra graciosa e soberana de Deus em nossas vidas, dando-nos nova vida e nos habilitando, por meio da obra do Espírito de Deus, a nos arrependermos e cremos no evangelho.
Nossos entendimentos defeituosos da conversão são geralmente por causa da nossa teologia defeituosa. O remédio para essa situação é retornar às Escrituras de joelhos, pedindo que nosso grande Deus possa reviver novamente sua igreja para que na proclamação do evangelho, homens e mulheres, garotos e garotas, possam se arrepender dos seus pecados e crerem em Cristo Jesus nosso Senhor.

domingo, 8 de maio de 2016

pregação deste domingo, 08


A unidade da Família

ARA

A excelência da união fraternal

Cântico de romagem. De Davi



Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba,a barba de Arão,e desce para a gola de suas vestes.É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião.Ali, ordena o SENHOR a sua bênçãoe a vida para sempre.



Se eu preciso dar um nome a esta mensagem, sugiro:



SÓ JESUS NA CAUSA



Algumas coisas na vida e na bíblia são espantosas:

- A unidade na Trindade. Essa sincronização é maravilhosa!



- A unidade na família

Como pode um Pai/Mãe/Filhos, tão diferentes, serem unidos?



- A unidade na Igreja

Como pode um povo, de mamando a caducando, idiossincrático, permanecerem juntos? É um milagre.



São 3 realidades interessantes.





O AUTOR DA UNIDADE – O PAI

Oh! Como é bom e agradável

viverem unidos os irmãos!



Deus preparou a unidade através do seu Filho.

O apóstolo Paulo nos orienta a preservar algo que já foi providenciado por Deus e é guardado pelo Espirito: a unidade (Efesios 4.1-3)











NTLH

A Igreja é o corpo de Cristo
Por isso eu, que estou preso porque sirvo o Senhor Jesus Cristo, peço a vocês que vivam de uma maneira que esteja de acordo com o que Deus quis quando chamou vocês. Sejam sempre humildes, bem-educados e pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá.
ARA
A unidade da fé
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;



Ouço com frequência frases como: “Devemos buscar a unidade; precisamos realizar atividades que desenvolvam a unidade; temos que nos aproximar de outras igrejas para cultivar a unidade...”. Tais expressões revelam o pensamento de que somos capazes de produzir união entre os filhos de Deus. Não se pode guardar algo que não existe. O apóstolo Paulo nos exorta a preservar algo que já é uma realidade na Igreja, e não a buscar formas de criar o que não existe.

Mas como podemos falar de unidade quando vemos tantas divisões e opiniões diferentes no meio do Povo de Deus? Mas observe a exortação que serve de base para a nossa reflexão. Ela inclui palavras como humildade, mansidão, suportar uns aos outros e ser pacientes. Estas não são frases que falam de um trabalho de construção, mas são, antes de tudo, atitudes necessárias para ser mantida a unidade do Espírito no vinculo da paz.



A unidade não é algo natural em nós, mas uma realidade sobrenatural, com sua origem o Espírito Santo. Não conseguimos produzir nem desenvolvê-la. Só podemos experimentá-la como uma manifestação da presença de Deus em nós. Podemos ser unidos porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo formam uma perfeita unidade. Estando unidos na Trindade, por meio do Filho, a unidade será transmitida a povo.



O que podemos fazer? A verdade é que rompemos a unidade por meio de atitudes de soberba, altivez, egoísmo e impaciência. Por isto, os caminhos para a restauração não são os projetos para produzi-la, mas o arrependimento. A unidade é preservada pela eliminação das atitudes erradas. Para que ela se manifeste em sua total plenitude, precisamos deixar de lado as tendências individuais e abrir caminho para que o espírito de amor e mansidão, que vem do Senhor, comece a operar em nossos corações.



Cabe assinalar que a unidade é uma condição espiritual e não mental. Nós a entendemos muitas vezes como uma uniformidade, isto é, todos pensando da mesma forma e fazendo as mesmas coisas. Com isto em mente, organizamos eventos e chamamos o povo a participar, para assim mostrarmos a existência da unidade na Igreja.

Era isto que a igreja de Jerusalém queria impor a Paulo e Barnabé. Essa uniformidade não admite diferenças, mas a verdadeira unidade permite que um Pai, um Filho e um Espirito convivam em perfeita harmonia, embora sejam diferentes um do outro.





A ALTERNATIVA DO PAI – O FIHO

É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba,a barba de Arão,e desce para a gola de suas vestes.



A unidade só é possível em Cristo. A harmonia na família só será possível em Cristo.

Não ore para que seu marido/esposa mude, o filho, um parente. Ore para que eles recebam Cristo.

Não haverá pessoas iguais, mas pessoas que se submetem a Jesus para serem transformados.



Jesus Cristo também nos faz um.

João 17.20-21.

20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; 21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.



POR QUE O ÓLEO ERA PRECIOSO?

Para isto precisamos entender Êxodo 30.22-24

22 Disse mais o SENHOR a Moisés: 23 Tu, pois, toma das mais excelentes especiarias: de mirra fluida quinhentos siclos, de cinamomo odoroso a metade, a saber, duzentos e cinquenta siclos, e de cálamo aromático duzentos e cinquenta siclos, 24 e de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveira um him. 25 Disto farás o óleo sagrado para a unção, o perfume composto segundo a arte do perfumista; este será o óleo sagrado da unção.



Verso 23, o material precioso do Óleo

- 500 siclos de Mirra – Símbolo do Pai

- 250 siclos de canela (Cinamomo) perfume símbolo da morte

- 250 siclos de cálamo – Cana quebrada de beira de rio. O símbolo da ressurreição

- 500 siclos de acácia – símbolo do Espirito Santo



500 – Número da perfeição

250 – Símbolo do corpo partido de Cristo

Temos aqui a morte e a ressurreição sendo apontados para este óleo precioso, que cai na cabeça de Arão para produzir o que é agradável.



O bom perfume de Cristo, da Unidade, que gera nossa aproximação.

Sem cruz não há unidade.



- Jesus Cristo veio tirar o que gera divisão, características do desamor.

Arrogância, soberba, inveja, ciúmes, fofoca, calunia, mania de censurar. Tudo isto desintegra. Unidade só pelo milagre da obra da cruz,



- Por isso que a Bíblia diz “o que desce”, e não o que “sobe”.

O evangelho desce. Vejamos os graus de nobreza deste mundo:

Em ordem crescente de importância: escudeiro>cavaleiro>baronete>sir>barão>Visconde>Conde barão>conde>marquês>duque>grão duque>arquiduque>infante>príncipe>grão-príncipe>príncipe real>príncipe imperial>príncipe regente>rei>imperador....Deus.

Esse “Deus” que temos, desce e lava pé!!





O EXECUTOR DA UNIDADE - O ESPÍRITO SANTO

É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre.



ORVALHO DE HERMOM

- SIGNIFICA FRESCOR E  HUMILDADE REVIGORANTE PARA OS MONTES. ORVALHO TIPIFICA O ESPIRITO SANTO transportando refrigério para irmãos reunidos em toda a terra.



O EXEMPLO DO AVÔ MATANDO ABELHAS

Matou 1, matou 2, mas quando chegou no enxame, o neto pediu que matasse. “se eu matar uma delas, as outras virão sobre nós”.

Assim é quando estamos unidos. O diabo não pega ninguém!





CONCLUSÃO

Você deseja paz na sua família?

Você deseja união na sua família?

Você deseja que esse as brigas, as confusões entre os membros da sua família?

Você deseja que não haja rancor e ressentimentos que tem minado sua família?

Então não ore para que eles mudem de atitudes, mas para que Jesus entre nessas vidas.

A unidade não é algo natural em nós, mas uma realidade sobrenatural, com sua origem o Espírito Santo. Não conseguimos produzir nem desenvolvê-la. Só podemos experimentá-la como uma manifestação da presença de Deus em nós. Podemos ser unidos porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo formam uma perfeita unidade. Estando unidos na Trindade, por meio do Filho, a unidade será transmitida às pessoas à nossa volta.