Marcos 5.22-23
21 Jesus voltou para o lado oeste do lago, e muitas pessoas foram se
encontrar com ele na praia. 22 Um homem chamado Jairo, chefe da
sinagoga, foi e se jogou aos pés de Jesus, 23 pedindo com muita
insistência: — A minha filha está morrendo! Venha comigo e ponha as mãos sobre
ela para que sare e viva! 24 E Jesus foi com ele. Uma grande
multidão foi junto e o apertava de todos os lados.
35 Jesus ainda estava falando, quando chegaram alguns empregados
da casa de Jairo e disseram: — Seu Jairo, a menina já morreu. Não aborreça mais
o Mestre.36 Mas Jesus não se importou com a notícia e disse a
Jairo: — Não tenha medo; tenha fé! 37 Jesus deixou que fossem com
ele Pedro e os irmãos Tiago e João, e ninguém mais. 38 Quando
entraram na casa de Jairo, Jesus encontrou ali uma confusão geral, com todos
chorando alto e gritando. 39 Então ele disse: — Por que tanto choro
e tanta confusão? A menina não morreu; ela está dormindo. 40 Então
eles começaram a caçoar dele. Mas Jesus mandou que todos saíssem e, junto com
os três discípulos e os pais da menina, entrou no quarto onde ela estava. 41 Pegou-a pela mão e disse: —
“Talitá cumi!” (Isto quer dizer: “Menina, eu digo a você: Levante-se!”) 42 No
mesmo instante, a menina, que tinha doze anos, levantou-se e começou a andar. E
todos ficaram muito admirados. 43 Então
Jesus ordenou que de jeito nenhum espalhassem a notícia dessa cura. E mandou
que dessem comida à menina.
Quando Deus escolheu formar um
povo particular a fim de manifestar as dimensões do seu amor ao mundo, começou
separando um homem que tinha o nome Abrão, que significava “Pai Elevado”.
Deus escolheu essse homem e
envolveu-o até lhe mudar o caráter, dando-lhe também um novo nome que
representasse os seus objetivos paternos: Abraão – Pai de uma grande família.
O mundo sempre teve carência da
figura paterna. Há muitos reprodutores, genitores e progenitores, mas poucos
pais. Não basta procriar, é preciso criar com sabedoria e amor. É uma tarefa
que exige graça e dedicação.
Estima-se que em média uma
criança faz 500 mil perguntas até os quinze anos. É um privilégio ter meio
milhão de oportunidades para comentar algumas coisas sobre o significado da
vida.
O encargo mais excelente que o
homem pode ter é o ensino da Palavra de Deus aos seus filhos. Ele precisa
investir tempo na comunicação dos princípios do Senhor.
DEUTERONOMIO 6.6-7
Estas palavras
que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e
delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e
ao levantar-te.
Jairo foi um pai muito sábio. Ele
era um líder tradicional na religião judaica, e seu formalismo religioso demonstrava
reservas profundas contra o estilo de Jesus. Mas na sua crise, não se agarrou
aos seus preconceitos e costumes radicais. Ele foi diretamente ao Senhor Jesus
Cristo buscar solução para seu problema.
Temos aqui o primeiro princípio
da verdadeira paternidade. Só poderá ser pai de verdade quem tem um modelo
divino de paternidade. Ele procurou Jesus por ser o Filho de Deus, capaz de
revelar a identidade satisfatória da paternidade exemplar. Alguém já disse: só
quem tem pai pode ser pai.
Cristo veio ao mundo para salvar
o ser humano dominado pelo pecado, cancelando a sua filiação espiritual do
diabo, a fim de torna-lo filho de Deus. Esse é o maior privilégio que uma
pessoa pode ter.
JOÃO 1.11-13
Veio para o que
era seu, e os seus não o receberam, Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes
o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus.
A humanidade é criação divina.
Todos os seres humanos são criaturas, mas alguns foram feitos, em cristo,
filhos de Deus pai. Todos aqueles que foram crucificados com Cristo e
ressuscitaram em novidade de vida são filhos de Deus. Esses conhecem na prática
a expressão do amor paternal de Deus, e podem, como humanos, ser pais amorosos
e responsáveis. A paternidade celestial é o modelo da paternidade adequada aqui
na terra.
Para revelar as proporções do
amor paternal, Jesus Cristo contou uma história de um pai que tinha dois filhos
(Lucas 15.11-32). O mais novo teve a iniciativa de pedir a herança enquanto o
pai ainda estava vivo. Sem qualquer discussão, o pai prodigo em amor estava
pronto para dar aquilo que o filho não tinha qualquer direito.
O verdadeiro amor não teme ceder
seus direitos a fim de conceder privilégios ao objeto da sua afeição. O pai
autentico não se preocupa em fazer os seus filhos bons ou perfeito, mas em tornà-los
mais felizes que ele possa conseguir. O grande patrimônio de uma vida é o
contentamento e o combustível da satisfação é a alegria. A felicidade é a
atmosfera onde todas as boas afeições crescem.
Mesmo sabendo que o filho mais
moço poderia se chafurdar na lama, aquele pai não reteve sua posse, nem tao
pouco se amargurou com a atitude arrogante do filho. Do mesmo modo que ele deu
ao filho a metade da sua fazenda para gastá-la deu a totalidade do seu perdão
para absolve-lo. Um pai que não perdoa as faltas do seu filho não conhece Deus
Pai.
EXEMPLO
O ser humano é uma criatura
influenciada mais por padrões do que por preceitos. Ser Pai não é uma questão
de mera genética, mas de pura ética. Não é bastante gerar filhos, é preciso
demonstrar exemplo. E não é suficiente fazer boas e belas preleções, é preciso espelhar
na conduta seu ensino.
Ser pai é ser exemplo de verdade.
Os filhos precisam mais ddas pegadas no caminho, do que palavras que encobrem
transgressões sutis. Um pai, ainda o mais pobre, tem sempre uma riqueza para
deixar para os filhos: o exemplo. Inconscientemente, os filhos estão mais
interessados em contemplar aqueles que mostram o que dizem, do que aqueles que
dizem e não mostram.
Ser um exemplo não significa ser
perfeito, mas ser governado pelos ditamos de um Deus perfeito. Não estamos
pregando a inerência, mas a coerência. A melhor maneira de ensinar ao menino o
caminho que se deve andar é nós mesmos trilharmos esse caminho. Os nossos
passos são fundamentais para orientar as pisadas dos filhos.
Um pai crente não investe apenas
no bem-estar dos seus filhos nesse mundo. A vida tem dimensões que não acabam
na sepultura, por isso ele se interessa sobremaneira com a vida espiritual da
sua família. Não basta construir um patrimônio aqui na terra para seus
familiares, é preciso fazer aplicações de proporções eternas.
Você poderá dar aos eu filho
todas as coisas materiais que ele precisa, mas terá falhado profundamente se
não se der a si mesmo, na expressão de um exemplo de amor e perdão. Ser um
homem realizado na sua profissão e ter um nome de realce na sociedade, mas ser
um fracasso como pai é uma ruina completa.
O General Douglas MacArthur disse
certa feita: “por profissão sou soldado e tenho orgulho deste privilégio. Mas
sinto-me infinitamente mais orgulhoso em ser um pai”. A grande necessidade de
nosso tempo é a restauração equilibrada da figura digna da paternidade
responsável. A terrível desordem social passa em primeiro lugar pelo lar. E o
desequilíbrio no lar se estriba na falta da legitima paternidade.
AMBIENTE DE AMOR
O reverendo Theodore Hersburgh
disse: a coisa mais importante que um pai pode fazer por seus filhos é amar a
mãe deles, e vice-versa.
O caráter forjado num ambiente de
amor suporta qualquer temperatura. O filho que sente amor do pai por sua mãe
cresce naturalmente saudável e se torna um exemplo para a outra geração.
O lar deve ser um ninho. Pai e
mãe podem ser destituídos de cultura e riqueza, mas nunca de amor, de modo que
eles possam inspirar nos filhos confiança, o respeito, o carinho com fartura de
amor.
Quando o pai ama a mãe, os filhos
se sentem protegidos e amparados. Quando uma criança começa a demonstrar
insegurança e hesitação nos relacionamentos, pode se pesquisar no seio da
família, que o problema está na falta de demonstração verdadeira de amor entre os
pais. Um casal que se ama de verdade é um padrão de estabilidade para os
filhos.
As pesquisas têm demostrado que
as crianças em cujos lares o pai demonstra uma atitude firme de amor para com
sua esposa, são emocionalmente mais inteligentes, seguras e preparadas para o
êxito na vida.
Jairo procurou Jesus Cristo
Para socorrer seu lar, pois sua
filha estava gravemente enferma. Muitos lares hoje estão sofrendo de grandes
enfermidades emocionais, e muitos dos nossos filhos passam por situações terríveis
de privação afetiva. Uma pesquisa com um grupo de 300 estudantes da sétima e
oitava séries mostrou que ficavam apenas 7 minutos com seus pais durante a
semana. Uma tragédia.
Um homem contou uma interessante
experiência da juventude: quando tinha 10 anos seu pai prometeu leva-lo ao
circo. No meio do caminho o pai recebeu uma ligação de negócios que exigia sua
atenção. Seu irmão e ele se consolaram mutuamente ante o desapontamento.
Ouviram então seu pai dizer que não atenderia o chamado. Quando ele voltou à
mesa, disse à mãe: “o circo vai voltar; a infância não”!
Os pais de hoje estão muito
preocupados com o bem-estar material da família, se esquecendo da comunhão com
amor e firmeza. Os filhos requerem os pais presentes, não o presente dos pais!
Conta-se da clássica história de
um homem que fez um desabafo na sua declaração de Imposto de Renda. Ele
escreve:
O pai moderno muitas vezes, perplexo e angustiado, passa a vida inteira
correndo como um louco em busca do futuro, esquecendo-se do agora. Com prazer e
orgulho, a cada ano, preenche a sua Declaração de Bens para o Imposto de Renda.
Cada nova linha acrescida foi produto de muito trabalho: lotes, casas,
apartamentos, sítios, casas na praia, automóvel do ano.
Tudo isso custou dias, semanas, meses de luta. Mas, ele está
sedimentando o futuro da família. Se partir de repente, já cumpriu sua missão e
não vai deixá-la desamparada!
Para ir escrevendo cada vez mais linhas na sua relação de bens, ele não
se contenta com um emprego só. É preciso ter dois ou três, negociar as férias,
levar serviço pra casa... É um tal de viajar, almoçar fora, fazer reuniões,
preencher agenda... Afinal, é um executivo dinâmico e não pode fraquejar!
Esse homem se esquece de que a verdadeira Declaração de Bens, o valor
que efetivamente conta, está em outra página do formulário de Imposto de Renda,
naquelas modestas linhas quase escondidas em que se lê Relação de Dependentes.
São filhos, a quem deve dedicar o melhor de seu tempo.
Os filhos, novos demais, não estão interessados em propriedades e no
aumento da renda. Eles só querem um pai para conviver, dialogar, brincar...
Os anos passam, os meninos crescem e o pai nem percebe, porque se
entregou de tal forma na construção do futuro, que não participou de suas
pequenas alegrias: não os levou ao colégio e nunca foi a uma festa infantil. Um
executivo não deve desviar a sua atenção para essas bobagens!
Há órfãos de pais vivos, porque
o pai vai para um lado e a mãe para outro. É a família desintegrada, sem amor e
sem diálogo. Sem a convivência, que solidifica a fraternidade entre irmãos, que
abre caminho no coração, que elimina problemas e resolve as coisas na base do
entendimento.
Há irmãos crescendo como verdadeiros estranhos que só se encontram de
passagem em casa. E para ver os pais é quase preciso marcar horas.
Depois de uma dramática experiência pessoal e familiar vivida, a
mensagem que tenho para dar é: não há tempo melhor aplicado do que aquele
destinado aos filhos.
Dos dezoito anos de casado, passei quinze absorvidos por muitas
tarefas, envolvidos em várias ocupações; e totalmente entregue a um objetivo
único e prioritário: construir o futuro para três filhos e minha esposa.
Isso me custou longos afastamentos de casa, viagens, estágios, cursos,
plantões no jornal, madrugadas no estúdio de televisão. Agora estou aqui com o
resultado de tanto esforço. Construí o futuro penosamente e não sei o que fazer
com ele depois da perda de meus filhos. De que vale tudo o que ajuntei se esses
filhos não estão mais aqui para aproveitar isso conosco!
Se o resultado de trinta anos de trabalho fosse consumido agora por um
incêndio e desses bens todos, não restasse nada mais do que cinzas, isso não
teria a menor importância, porque minha escala de valores mudou e o dinheiro
passou a ter peso mínimo e relativo em tudo. Se o dinheiro não foi capaz de
comprar a cura de meu filho, que se drogou e morreu; não foi capaz de evitar a
fuga de minha filhinha que saiu de casa e prostituiu-se e dela não tenho mais
notícias, para que serve? Para que ser escravo dele!
Eu trocaria, explodindo de felicidade, todas as linhas da Declaração de
Bens por duas únicas que tive de retirar da relação de dependentes: os nomes
dos meus filhos. E como doeu retirar essas linhas da Declaração de 1986, ano
base de 1985! Meu filho morreu aos quatorze anos e minha filha fugiu um mês
antes de completar quinze.
E vós, pais, não
provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do
Senhor. Efésios 6.4
Um filho de um pai irresponsável
tem grande chance de repetir o modelo. Por isso, o grande imperativo do nosso
tempo é a mudança radical desse paradigma. Você e eu somos responsáveis, à luz
do evangelho, pelo ciclo dessa transformação. Não podemos viver mais reféns de
uma mentalidade conformada com o papel deformado dessa paternidade
desmantelada. Pai, você é o exemplo que seu filho ou filha vai imitar.
GFP.
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