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domingo, 29 de maio de 2016

O Homem e o Reino




 

Marcos 5.22-23

21 Jesus voltou para o lado oeste do lago, e muitas pessoas foram se encontrar com ele na praia. 22 Um homem chamado Jairo, chefe da sinagoga, foi e se jogou aos pés de Jesus, 23  pedindo com muita insistência: — A minha filha está morrendo! Venha comigo e ponha as mãos sobre ela para que sare e viva! 24 E Jesus foi com ele. Uma grande multidão foi junto e o apertava de todos os lados.

35 Jesus ainda estava falando, quando chegaram alguns empregados da casa de Jairo e disseram: — Seu Jairo, a menina já morreu. Não aborreça mais o Mestre.36 Mas Jesus não se importou com a notícia e disse a Jairo: — Não tenha medo; tenha fé! 37 Jesus deixou que fossem com ele Pedro e os irmãos Tiago e João, e ninguém mais. 38 Quando entraram na casa de Jairo, Jesus encontrou ali uma confusão geral, com todos chorando alto e gritando. 39 Então ele disse: — Por que tanto choro e tanta confusão? A menina não morreu; ela está dormindo. 40 Então eles começaram a caçoar dele. Mas Jesus mandou que todos saíssem e, junto com os três discípulos e os pais da menina, entrou no quarto onde ela estava.  41 Pegou-a pela mão e disse: — “Talitá cumi!” (Isto quer dizer: “Menina, eu digo a você: Levante-se!”) 42 No mesmo instante, a menina, que tinha doze anos, levantou-se e começou a andar. E todos ficaram muito admirados.  43 Então Jesus ordenou que de jeito nenhum espalhassem a notícia dessa cura. E mandou que dessem comida à menina.
 

Quando Deus escolheu formar um povo particular a fim de manifestar as dimensões do seu amor ao mundo, começou separando um homem que tinha o nome Abrão, que significava “Pai Elevado”.

Deus escolheu essse homem e envolveu-o até lhe mudar o caráter, dando-lhe também um novo nome que representasse os seus objetivos paternos: Abraão – Pai de uma grande família.

O mundo sempre teve carência da figura paterna. Há muitos reprodutores, genitores e progenitores, mas poucos pais. Não basta procriar, é preciso criar com sabedoria e amor. É uma tarefa que exige graça e dedicação.

Estima-se que em média uma criança faz 500 mil perguntas até os quinze anos. É um privilégio ter meio milhão de oportunidades para comentar algumas coisas sobre o significado da vida.

O encargo mais excelente que o homem pode ter é o ensino da Palavra de Deus aos seus filhos. Ele precisa investir tempo na comunicação dos princípios do Senhor.

DEUTERONOMIO 6.6-7

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.

 
JAIRO

Jairo foi um pai muito sábio. Ele era um líder tradicional na religião judaica, e seu formalismo religioso demonstrava reservas profundas contra o estilo de Jesus. Mas na sua crise, não se agarrou aos seus preconceitos e costumes radicais. Ele foi diretamente ao Senhor Jesus Cristo buscar solução para seu problema.

Temos aqui o primeiro princípio da verdadeira paternidade. Só poderá ser pai de verdade quem tem um modelo divino de paternidade. Ele procurou Jesus por ser o Filho de Deus, capaz de revelar a identidade satisfatória da paternidade exemplar. Alguém já disse: só quem tem pai pode ser pai.

Cristo veio ao mundo para salvar o ser humano dominado pelo pecado, cancelando a sua filiação espiritual do diabo, a fim de torna-lo filho de Deus. Esse é o maior privilégio que uma pessoa pode ter.

JOÃO 1.11-13

Veio para o que era seu, e os seus não o receberam, Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

A humanidade é criação divina. Todos os seres humanos são criaturas, mas alguns foram feitos, em cristo, filhos de Deus pai. Todos aqueles que foram crucificados com Cristo e ressuscitaram em novidade de vida são filhos de Deus. Esses conhecem na prática a expressão do amor paternal de Deus, e podem, como humanos, ser pais amorosos e responsáveis. A paternidade celestial é o modelo da paternidade adequada aqui na terra.

 PROPORÇOES DO AMOR PATERNO

Para revelar as proporções do amor paternal, Jesus Cristo contou uma história de um pai que tinha dois filhos (Lucas 15.11-32). O mais novo teve a iniciativa de pedir a herança enquanto o pai ainda estava vivo. Sem qualquer discussão, o pai prodigo em amor estava pronto para dar aquilo que o filho não tinha qualquer direito.

O verdadeiro amor não teme ceder seus direitos a fim de conceder privilégios ao objeto da sua afeição. O pai autentico não se preocupa em fazer os seus filhos bons ou perfeito, mas em tornà-los mais felizes que ele possa conseguir. O grande patrimônio de uma vida é o contentamento e o combustível da satisfação é a alegria. A felicidade é a atmosfera onde todas as boas afeições crescem.

Mesmo sabendo que o filho mais moço poderia se chafurdar na lama, aquele pai não reteve sua posse, nem tao pouco se amargurou com a atitude arrogante do filho. Do mesmo modo que ele deu ao filho a metade da sua fazenda para gastá-la deu a totalidade do seu perdão para absolve-lo. Um pai que não perdoa as faltas do seu filho não conhece Deus Pai.

EXEMPLO

O ser humano é uma criatura influenciada mais por padrões do que por preceitos. Ser Pai não é uma questão de mera genética, mas de pura ética. Não é bastante gerar filhos, é preciso demonstrar exemplo. E não é suficiente fazer boas e belas preleções, é preciso espelhar na conduta seu ensino.

Ser pai é ser exemplo de verdade. Os filhos precisam mais ddas pegadas no caminho, do que palavras que encobrem transgressões sutis. Um pai, ainda o mais pobre, tem sempre uma riqueza para deixar para os filhos: o exemplo. Inconscientemente, os filhos estão mais interessados em contemplar aqueles que mostram o que dizem, do que aqueles que dizem e não mostram.

Ser um exemplo não significa ser perfeito, mas ser governado pelos ditamos de um Deus perfeito. Não estamos pregando a inerência, mas a coerência. A melhor maneira de ensinar ao menino o caminho que se deve andar é nós mesmos trilharmos esse caminho. Os nossos passos são fundamentais para orientar as pisadas dos filhos.

 HERANÇA

Um pai crente não investe apenas no bem-estar dos seus filhos nesse mundo. A vida tem dimensões que não acabam na sepultura, por isso ele se interessa sobremaneira com a vida espiritual da sua família. Não basta construir um patrimônio aqui na terra para seus familiares, é preciso fazer aplicações de proporções eternas.

Você poderá dar aos eu filho todas as coisas materiais que ele precisa, mas terá falhado profundamente se não se der a si mesmo, na expressão de um exemplo de amor e perdão. Ser um homem realizado na sua profissão e ter um nome de realce na sociedade, mas ser um fracasso como pai é uma ruina completa.

O General Douglas MacArthur disse certa feita: “por profissão sou soldado e tenho orgulho deste privilégio. Mas sinto-me infinitamente mais orgulhoso em ser um pai”. A grande necessidade de nosso tempo é a restauração equilibrada da figura digna da paternidade responsável. A terrível desordem social passa em primeiro lugar pelo lar. E o desequilíbrio no lar se estriba na falta da legitima paternidade.
 

AMBIENTE DE AMOR

O reverendo Theodore Hersburgh disse: a coisa mais importante que um pai pode fazer por seus filhos é amar a mãe deles, e vice-versa.

O caráter forjado num ambiente de amor suporta qualquer temperatura. O filho que sente amor do pai por sua mãe cresce naturalmente saudável e se torna um exemplo para a outra geração.

O lar deve ser um ninho. Pai e mãe podem ser destituídos de cultura e riqueza, mas nunca de amor, de modo que eles possam inspirar nos filhos confiança, o respeito, o carinho com fartura de amor.

Quando o pai ama a mãe, os filhos se sentem protegidos e amparados. Quando uma criança começa a demonstrar insegurança e hesitação nos relacionamentos, pode se pesquisar no seio da família, que o problema está na falta de demonstração verdadeira de amor entre os pais. Um casal que se ama de verdade é um padrão de estabilidade para os filhos.

As pesquisas têm demostrado que as crianças em cujos lares o pai demonstra uma atitude firme de amor para com sua esposa, são emocionalmente mais inteligentes, seguras e preparadas para o êxito na vida.

 JAIRO

Jairo procurou Jesus Cristo

Para socorrer seu lar, pois sua filha estava gravemente enferma. Muitos lares hoje estão sofrendo de grandes enfermidades emocionais, e muitos dos nossos filhos passam por situações terríveis de privação afetiva. Uma pesquisa com um grupo de 300 estudantes da sétima e oitava séries mostrou que ficavam apenas 7 minutos com seus pais durante a semana. Uma tragédia.

Um homem contou uma interessante experiência da juventude: quando tinha 10 anos seu pai prometeu leva-lo ao circo. No meio do caminho o pai recebeu uma ligação de negócios que exigia sua atenção. Seu irmão e ele se consolaram mutuamente ante o desapontamento. Ouviram então seu pai dizer que não atenderia o chamado. Quando ele voltou à mesa, disse à mãe: “o circo vai voltar; a infância não”!

Os pais de hoje estão muito preocupados com o bem-estar material da família, se esquecendo da comunhão com amor e firmeza. Os filhos requerem os pais presentes, não o presente dos pais!

 DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA

Conta-se da clássica história de um homem que fez um desabafo na sua declaração de Imposto de Renda. Ele escreve:

O pai moderno muitas vezes, perplexo e angustiado, passa a vida inteira correndo como um louco em busca do futuro, esquecendo-se do agora. Com prazer e orgulho, a cada ano, preenche a sua Declaração de Bens para o Imposto de Renda. Cada nova linha acrescida foi produto de muito trabalho: lotes, casas, apartamentos, sítios, casas na praia, automóvel do ano.

Tudo isso custou dias, semanas, meses de luta. Mas, ele está sedimentando o futuro da família. Se partir de repente, já cumpriu sua missão e não vai deixá-la desamparada!

Para ir escrevendo cada vez mais linhas na sua relação de bens, ele não se contenta com um emprego só. É preciso ter dois ou três, negociar as férias, levar serviço pra casa... É um tal de viajar, almoçar fora, fazer reuniões, preencher agenda... Afinal, é um executivo dinâmico e não pode fraquejar!

Esse homem se esquece de que a verdadeira Declaração de Bens, o valor que efetivamente conta, está em outra página do formulário de Imposto de Renda, naquelas modestas linhas quase escondidas em que se lê Relação de Dependentes. São filhos, a quem deve dedicar o melhor de seu tempo.

Os filhos, novos demais, não estão interessados em propriedades e no aumento da renda. Eles só querem um pai para conviver, dialogar, brincar...

Os anos passam, os meninos crescem e o pai nem percebe, porque se entregou de tal forma na construção do futuro, que não participou de suas pequenas alegrias: não os levou ao colégio e nunca foi a uma festa infantil. Um executivo não deve desviar a sua atenção para essas bobagens!

 Há órfãos de pais vivos, porque o pai vai para um lado e a mãe para outro. É a família desintegrada, sem amor e sem diálogo. Sem a convivência, que solidifica a fraternidade entre irmãos, que abre caminho no coração, que elimina problemas e resolve as coisas na base do entendimento.

Há irmãos crescendo como verdadeiros estranhos que só se encontram de passagem em casa. E para ver os pais é quase preciso marcar horas.

Depois de uma dramática experiência pessoal e familiar vivida, a mensagem que tenho para dar é: não há tempo melhor aplicado do que aquele destinado aos filhos.

Dos dezoito anos de casado, passei quinze absorvidos por muitas tarefas, envolvidos em várias ocupações; e totalmente entregue a um objetivo único e prioritário: construir o futuro para três filhos e minha esposa.

Isso me custou longos afastamentos de casa, viagens, estágios, cursos, plantões no jornal, madrugadas no estúdio de televisão. Agora estou aqui com o resultado de tanto esforço. Construí o futuro penosamente e não sei o que fazer com ele depois da perda de meus filhos. De que vale tudo o que ajuntei se esses filhos não estão mais aqui para aproveitar isso conosco!

Se o resultado de trinta anos de trabalho fosse consumido agora por um incêndio e desses bens todos, não restasse nada mais do que cinzas, isso não teria a menor importância, porque minha escala de valores mudou e o dinheiro passou a ter peso mínimo e relativo em tudo. Se o dinheiro não foi capaz de comprar a cura de meu filho, que se drogou e morreu; não foi capaz de evitar a fuga de minha filhinha que saiu de casa e prostituiu-se e dela não tenho mais notícias, para que serve? Para que ser escravo dele!

Eu trocaria, explodindo de felicidade, todas as linhas da Declaração de Bens por duas únicas que tive de retirar da relação de dependentes: os nomes dos meus filhos. E como doeu retirar essas linhas da Declaração de 1986, ano base de 1985! Meu filho morreu aos quatorze anos e minha filha fugiu um mês antes de completar quinze.

 A paternidade ajustada é o início de uma revolução na estrutura social inadequada em que vivemos. Precisamos de pais legítimos com solicitude de sua paternidade. Nada pode ser mais catastrófico para a formação da personalidade do que essa lacuna deixada pelos pais no desenvolvimento dos filhos.

E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor. Efésios 6.4

Um filho de um pai irresponsável tem grande chance de repetir o modelo. Por isso, o grande imperativo do nosso tempo é a mudança radical desse paradigma. Você e eu somos responsáveis, à luz do evangelho, pelo ciclo dessa transformação. Não podemos viver mais reféns de uma mentalidade conformada com o papel deformado dessa paternidade desmantelada. Pai, você é o exemplo que seu filho ou filha vai imitar.

 

GFP.
 

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