PARANDO O CULTO NO MEIO DO CAMINHO
Texto Bíblico:
Mateus 5
21 — Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: “Não mate.” E ainda: “Quem matar estará
sujeito a julgamento.”
22 Eu, porém, lhes digo que todo aquele que se irar contra o seu
irmão estará sujeito a julgamento; e quem insultar o seu irmão estará sujeito a
julgamento do tribunal; e quem o chamar de tolo estará sujeito ao inferno de
fogo.
23 Portanto, se você estiver trazendo a sua oferta ao altar e lá se
lembrar que o seu irmão tem alguma coisa contra você,
24 deixe diante do altar a sua oferta e vá primeiro reconciliar-se
com o seu irmão; e então volte e faça a sua oferta.
25 — Entre em acordo sem demora com o seu adversário, enquanto você
está com ele a caminho, para que o adversário não entregue você ao juiz, o juiz
entregue você ao oficial de justiça, e você seja jogado na prisão. 26 Em verdade lhe digo que você
não sairá dali enquanto não pagar o último centavo.
DESENVOLVIMENTO
Este ensinamento contraria as ideias populares sobre o que
deve ser feito em situações de conflito entre as pessoas. Nós ensinaríamos que
caso alguém tenha algo contra outra pessoa, que o ofendido busque o ofensor e
converse. Jesus inverte os papéis e diz que se temos conhecimento de que nosso
irmão tem algo contra nós cabe a nós tomar a iniciativa.
A razão parece estar nas características que assumimos
quando estamos ofendidos. Longe de buscarmos uma solução para o conflito nos
irritamos e a tendência é nos afastarmos da pessoa que segundo entendemos nos
ofendeu.
É da nossa natureza não falar no assunto e evitar colocar
tudo em pratos limpos. Nos fechamos e deixamos encher de pensamentos indignos
sobre a outra pessoa. A intensidade desses sentimentos nos impede que busquemos
o próximo para dialogar sobre o acontecido.
Seja qual for a razão, Jesus insiste que a pessoa causadora
da ofensa, seja real ou imaginária, deve tomar a iniciativa de conversar com a
pessoa ofendida. Assim se consegue que um relacionamento partido não fique
permanentemente nesse estado.
UMA
ATITUDE ESPIRITUAL
O Senhor sabia que a necessidade de reconciliação era tão
fundamental para a saúde espiritual dos envolvidos, que ordenou a interrupção
de um ato de adoração a Deus para se processar esta restauração.
Em muitas situações cremos que a nossa relação com Deus pode
seguir normalmente apesar dos nossos relacionamentos com os outros deixarem
muito a desejar.
Cristo enfatizava que o rompimento nas relações com os
nossos irmãos afeta dramaticamente a nossa vivência com o Pai. mesmo quando
tentamos nos convencer de que a nossa oferta é bem recebida, a palavra de Deus
revela que ele não aceita adoração daqueles que não vivem em paz com seus
semelhantes.
Vejamos o que a Bíblia diz:
Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor
procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.
1João 4:7-8 (ARA)
Todo aquele que ama é nascido de Deus.
Isto faz sentido para você?
Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso,
não me dais ouvidos, porque não sois de Deus.
João 8:47 (ARA)
Aquele que é de Deus ouve – dá atenção, considera, leva a
sério e obedece – quem não pratica não é de Deus.
Isto faz sentido para você?
OBRAS
MORTAS
No livro de Isaías um texto que denuncia com dureza a
religiosidade de Israel, o Profeta Condena o povo porque as pessoas jejuavam
vestidas de pano de saco e orava ao Senhor, enquanto oprimiam seus empregados e
buscavam seu próprio benefício. Assim ele se expressa:
Isaías 58.4
Eis que vocês jejuam apenas
para discutir, brigar
e bater uns nos outros; jejuando assim como hoje, o clamor de vocês não será ouvido lá no alto.
O texto bíblico nos convoca para uma vida espiritual que se
traduze em relacionamentos harmoniosos com Deus e com as pessoas.
Quando não há obediência ao Senhor, tudo o que fazemos se
torna obra morta. A Bíblia já nos adverte no famoso texto Bíblico que afirma:
1 Coríntios 13
1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver
amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os
mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de
transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e
ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor,
isso de nada me adiantará.
Você pode tocar e sua música será um ruído de porta que
chega ao Senhor;
Você pode ensinar e mesmo assim estar reprovado nas notas
mínimas das provas essenciais;
Você pode pregar e sua pregação causará maldição em vez de
benção, como dizia Malaquias, o profeta;
Você pode distribuir comida e roupas para os pobres e ainda
assim suas obras serão lixo para Deus;
Você pode cantar no coral feito um Uirapuru, na Serra do
Cachimbo, que tem o canto mais belo de todas as aves do Brasil, e ainda assim
no céu não será notado.
Diz a Bíblia:
Quando aquele dia chegar, muitas pessoas vão me dizer: “Senhor, Senhor, pelo
poder do seu nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo seu nome expulsamos
demônios e fizemos muitos milagres!”. Então eu direi claramente a essas
pessoas: “Eu nunca conheci vocês! Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal!”
Mateus 7.22-23
Por tudo isso Cristo enfatizou que a restauração dos
relacionamentos é prioridade inadiável na vida dos filhos de Deus.
Não é uma questão de saber quem tem razão.
O essencial é saber se as pessoas que se intitulam
discípulas de Cristo estão dispostas a dar um passo na direção da lei do amor,
que é a primeira lei e que resume em si todos os outros mandamentos.
CONCLUSÃO
23 Portanto, se você estiver trazendo a sua oferta ao altar e lá se
lembrar que o seu irmão tem alguma coisa contra você, 24 deixe diante do altar a sua
oferta e vá primeiro reconciliar-se com o seu irmão; e então volte e faça a sua
oferta.
Se você tem algum ressentimento contra outra pessoa e não se
esforça para consertar, você não é um cristao;
Se você é uma pessoa causadora de contenda, e não deseja
mudar seu comportamento, sabendo que essa é uma característica que Deus odeia,
então você não é um cristão.
Se você deseja que sua obra seja aceita por Deus, então
saiba que Deus não aceita adoração daqueles que não vivem em paz com seus semelhantes.
E em lugar que vive sempre em confusão, a benção de Deus
passa longe.
Na sala da fúria
Em cidades do mundo
inteiro, clientes pagam para entrar em um cômodo e destruir o que veem pela
frente. Não é terapia, mas que ajuda a lavar a alma, ajuda
Por Luisa
Bustamante
access_time14 set 2017, 23h11 - Publicado em 14 set 2017,
06h00
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Marretas em ação - Quebra-quebra em uma anger
room americana: o tipo de destruição que faz bem à saúde (Artyom
Geodakyan/TASS//Getty Images)
O cotidiano está de amargar e sua vontade é sair quebrando tudo?
Fácil: dirija-se à anger room mais próxima e ponha para fora
seus demônios sem nem precisar limpar nada depois. As salas da raiva, em
tradução literal, são cômodos montados para ser destruídos à base de taco de
beisebol, porretes e até pé de cabra. Já funcionam em uma dezena de países, no Brasil inclusive, com lista de
espera nas noites de maior procura. Pode não ser — e não é — o método definitivo
de cura de quem tem sérios problemas para controlar a própria fúria. Mas, como
forma de aliviar irritações cotidianas, o ato de destroçar pratos, copos,
garrafas e aparelhos eletrônicos em geral é uma eficiente válvula de escape. “O
simples ato de agendar um horário e se deslocar até o local já obriga a pessoa
a segurar o impulso de agredir. Lá dentro, ela libera sua cólera de maneira
segura e controlada. É uma forma interessante de canalização de tensões”,
avalia o neurologista Alexandre Ghelman, especialista em controle de raiva.
O berço das salas de quebra-quebra são os Estados Unidos,
onde elas se espalham por diversos estados. Em Nova York, só consegue entrar no
Wrecking Club, um discreto galpão aberto neste ano em Manhattan, quem agendou
horário. Ao custo de 120 dólares, o cliente tem direito ao pacote completo (há
outros menos variados) de destruição — que inclui uma televisão de tela plana,
uma impressora, dois computadores, um telefone fixo, um celular e um balde de
louças, e pode ser usufruído por duas pessoas. Seu fundador, Tom
Daly, diz que a quebradeira atrai todo tipo de público, desde casais em busca
de um encontro diferente — “As pessoas estão cansadas de programas chatos, como
cinema e jantar”, argumenta — até, recentemente, um grupo de senhoras de 80
anos comemorando um aniversário. “A performance daquelas senhorinhas, posso
garantir, foi melhor que a de muita gente jovem”, relatou a VEJA. “Nada como
dar vazão a um instinto.”
A clássica cena de quebrar um copo ou um vaso ou um
porta-retratos em um momento de raiva pode não ser tão repetida na vida real,
em que os limites da vida em sociedade refreiam impulsos dessa natureza, mas se
encaixa perfeitamente no contexto das reações humanas. A raiva provoca uma
reação química no cérebro que ativa a amígdala, região que regula respostas
emocionais. Isso resulta em uma liberação de hormônios do stress, o que aumenta
a pressão sanguínea, os batimentos cardíacos e o nível de glicose no sangue
(essa mesma resposta, por sinal, é a que permite ao ser humano reagir com
rapidez a ameaças). Em segundos, a cadeia pode levar a um rompante de fúria.
Felizmente, bastam alguns segundos também para controlá-lo. Ou não. O extremo
do descontrole foi brilhantemente retratado no filme Um Dia de Fúria, de 1993, em que um engenheiro
desempregado e divorciado (Michael Douglas) vai de irritação em irritação em
uma manhã difícil até que a cólera acumulada explode em uma sequência de atos
de intensa violência. Nesse caso, obviamente, não há anger room que dê jeito na raiva represada.
Mas, em situações muito menos dilacerantes que as do filme,
desopilar é bom e até faz bem à saúde. “Reprimir sentimentos aumenta o risco de
desenvolver doenças autoimunes e alergias. Quem engole a raiva vira uma panela
de pressão e pode desenvolver quadros de euforia, ansiedade e depressão”,
explica a psicanalista Ceres Araújo, professora da PUC-SP. Ceres lembra
inclusive a técnica do “grito primal”, que consistia em gritar o mais alto
possível entre quatro paredes bem grossas como forma de “curar neuroses”.
Difundida nos anos 60 e 70 do século passado, ela fez de seu inventor, o
psicoterapeuta americano Arthur Janov, um guru entre artistas e milionários
como Steve Jobs e John Lennon.
Extremo - Douglas em 'Um Dia de Fúria': de
irritações à explosão de violência (//Divulgação)
Bem mais modestas em seu propósito, as anger rooms de hoje são procuradas menos por
supostos efeitos terapêuticos e mais pela pura e simples diversão. A primeira
de que se tem notícia nasceu em 2008, no Texas, quando a publicitária Donna
Alexander teve a ideia de recolher na sua garagem objetos deixados nas calçadas
(prática comum nos Estados Unidos, o país do “quebrou, compra outro”) e chamar
os amigos para estilhaçar tudo, a 5 dólares a sessão. Logo a vizinhança inteira
apareceu à sua porta, querendo uma coisinha para arrebentar. Donna transformou
o hobby em negócio há seis anos. Uma sessão básica custa 25 dólares, mas por
500 dólares o cliente pode recriar um cômodo inteiro (digamos, a sala do chefe)
e pôr tudo abaixo. Ela está avaliando a abertura de franquias. Já tem 2 500
interessados. Mais avançada neste caminho está a rede canadense Rage Room, que
conta com sete licenciados, dos 1 000 que a procuraram.
Os donos das salas da fúria dizem que os clientes destroem,
em média, sessenta a setenta aparelhos eletrônicos (disparados os que estão na
preferência dos furiosos) por semana. Eles se suprem de matéria-prima via
doações, com a compra de produtos defeituosos e com incursões frequentes a
depósitos de descarte, onde, literalmente, reviram o lixo. “Funciona como uma
caça ao tesouro, e nós somos os caçadores”, brinca Daly. Nem só de quebrar
laptops vive o cliente com raiva. Durante a disputa presidencial americana do
ano passado, Donna vestiu bonecos com o rosto dos adversários Hillary Clinton e
Donald Trump para ser estraçalhados a pauladas. E foram mesmo: sua equipe
precisou substituir os bonecos cinco vezes (duas Hillarys e três Trumps).
Salas da raiva estão em atividade na Rússia, na Inglaterra,
na Austrália, em Singapura, na Argentina e em um bar da Zona Sul de São Paulo,
o Break Lab Burger, iniciativa do casal de estudantes Tainah Marques, de 20
anos, e Eduardo Leonel, de 22, que diz ter-se inspirado na experiência
portenha. Na salinha dos fundos do bar (que neste mês está fechada para a
colocação de isolamento acústico), pagam-se 19,90 reais para estilhaçar dez
garrafas de vidro e 49,90 reais para destruir uma televisão de 29 polegadas. O
movimento não para de aumentar, comemoram os donos. Também pudera: “Curamos
sua bad em quinze minutos”, prometem os cartazes na
parede. Furiosos primais, façam fila.
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