Texto
Bíblico:
Apocalipse 3.1-6
Introdução
“FICO BONITO PORQUE SOU
BONITO”
Cristiano Ronaldo,
jogador imodesto, argumentando que, no caso dele, aparecer sempre impecável é
capricho da natureza. Depois deu risada e relativizou: “é brincadeira!”.
Se há algo que o livro
do Apocalipse nos ensina, é que as aparências enganam, que há mais do que os
olhos podem ver e que as coisas nem são como parecem ser.
A desconexão entre como
as coisas aparentam ser e como elas de fato são não é menos verdadeira no caso
da carta de Jesus à igreja em Sardes.
SARDES
Situada numa acrópole (Local mais alto das
antigas cidades gregas, que servia de cidadela e onde eventualmente se erguiam
templos e palácios) que se ergue a 450 m acima da base do
vale, a cidade (atual Sart), era praticamente inconquistável.
Por volta de 1200 a.C.,
ganhou destaque como a capital do reino da Lídia, hoje uma parte da Turquia.
Os lídios foram o primeiro povo antigo a
cunhar regularmente moedas.
Sua principal atividade
comercial era a colheita da lã, tingida e usada para fabricar roupas.
Sardes já foi descrita
como “uma cidade com um passado áureo e uma segurança posta no lugar errado”.
Ela possuía uma fortaleza cercada de três lados por uma imponente muralha, da
qual se pensava ser tão impenetrável que a expressão “capturar a acrópole de
Sardes” se tornou uma metáfora para alcançar o impossível.
Contudo, a cidade
afinal caiu nas mãos dos persas, graças ao excesso de confiança e ao descuido
de seus cidadãos, que deixaram de vigiá-la para protegê-la de potenciais
calamidades.
O
centro da mensagem
O âmago da repreensão
de Jesus a essa igreja se encontra em Apocalipse 3.1, em que ele diz: “Tens
nome de que vives e estás morto”. Embora a reputação de uma igreja na
comunidade ao redor seja importante, nada é quando comparada à avaliação
daquele “que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas” (3.1).
Segundo o nosso Senhor,
que sonda o coração e prova a mente dos homens, a igreja em Sardes era muito
mais saudável por fora do que por dentro. A repreensão de Jesus aos fariseus
vem à mente: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois
semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas
interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! Assim também
vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de
hipocrisia e de iniquidade” (Mateus 23.27-28).
Diferentemente de suas
observações às outras igrejas, Jesus não aponta nenhuma falta específica da
parte dos crentes em Sardes.
Não há menção aos
nicolaítas, aos balaamitas, à mulher chamada Jezabel ou a sinagogas de Satanás.
Em vez disso, a igreja ouve que “o resto” está “para morrer” e que Cristo não
tem “achado íntegras as [suas] obras na presença do meu Deus” (Apocalipse 3.2).
Força nas adversidades
Por mais irônico e contra
intuitivo que possa parecer à primeira vista, a igreja geralmente é mais forte
quando está diante de algum desafio específico (seja doutrinário ou moral); e o
oposto também é verdadeiro: que a igreja está em gravíssimo perigo quando as
águas estão mais calmas e quando a viagem parece mais tranquila.
Se os cristãos em
Sardes estivessem enfrentando uma ameaça doutrinária específica como os
efésios, então muito provavelmente eles teriam “[posto] à prova os que a si
mesmos se declaram apóstolos e não são, e os [achado] mentirosos” (2.2). Ou, se
estivessem enfrentando um dilema moral concreto, eles, como os de Filadélfia,
provavelmente teriam usado a “pouca força” que tivessem para não negar o nome
de Jesus (3.8).
Mas, quando a vida da
igreja parece seguir seu caminho usual, especialmente em uma cidade tida por
impenetrável como Sardes, é muito fácil parar de observar, parar de proteger e
parar de ser vigilante em guardar a igreja e o seu povo.
Em uma palavra, quando
os lobos se vestem de ovelhas e Satanás parece um anjo de luz, de repente se
torna muito tentador contentar-se com celeiros maiores, mais programas e a
reputação de ser uma testemunha “vibrante” na comunidade. Em meio à fartura e
num contexto de abundância, a presunçosa afirmação à alma – “tens em depósito muitos
bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te” – pode ser ouvida em
muitos salões de igreja.
Pode alguém negar que
essa mesma tentação assola as igrejas desta nação? Nós somos o grande homem do
campus global, nossa “fortaleza” é tão invencível como a cidadela de Sardes e
nossas megaigrejas estão se multiplicando quase tão rápido quanto nossos
supermercados.
Mas será a força nossa
maior fraqueza? Será que o perigo nos espreita por detrás de nossa suposta
segurança? Será que nossa reputação de “vida” não é senão um fino verniz por
trás do qual a morte esconde sua face?
No
que precisamos ficar atentos
Com
o estado de letargia
Talvez o maior desafio
da igreja ocidental não seja a franca impiedade ou a perversão grosseira, mas
sim um estado letárgico que nos faz entorpecidos e sem vida.
WESLEY DIZIA
– Pela fé e pela oração, fortaleça as
mãos frouxas e firme os joelhos vacilantes. Você ora e jejua? Importune o trono
da graça e seja persistente em oração. Só assim receberá a misericórdia de Deus.
Com
a Vigilância
Talvez, em meio ao
nosso conforto, nós tenhamos esquecido aquele que vem “como ladrão” na hora em
que menos esperarmos (3.3).
Aqui a referencia não é
com a segunda vinda de Cristo, mas à sua repentina vinda à igreja mão
arrependida e morta para feri-la e destruí-la.
"Eis
que venho como ladrão! Feliz aquele que permanece vigilante e conserva consigo
as suas vestes, para que não ande nu e não seja vista a sua vergonha."
"Portanto,
vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor. Mas entendam isto:
se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de
guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Assim, vocês também
precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês
menos esperam.
Você
anda brincando com a sua salvação eterna?
Gosto das fotos de
Natal que a gente faz em família.
Alguns não estarão lá
na próxima!
Com
a condição de Pecado
Talvez precisemos parar
de nos darmos tapinhas nas costas, dizendo “Paz! Paz” quando não há paz, e começar
a buscar ser como aquelas “poucas pessoas” em Sardes “que não contaminaram as
suas vestiduras”, que andarão de branco junto com Jesus, “pois são dignas”
(3.4).
TOZER DIZIA
– O cristianismo de hoje não
transforma as pessoas. Pelo contrário, está sendo transformado por elas.
WESLEY
– A conversão tira o cristão do
mundo; a santificação tira o mundo do cristão.
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