Lucas 7.48-50
7.41 Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta.
7.42 Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?
7.43 Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem.
7.44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.
7.45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés.
7.46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés.
7.47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.
7.48 Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados.
7.49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados?
Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz
O ÔNIBUS NÃO A ATINGIU
Uma mãe nos escreveu contando como o motorista do ônibus escolar e sua filha, que era cristão, tornara-se ressentido. Outrora pai de onze filhos, agora apenas onze assentavam-se ao redor da mesada família. A comunidade ficou horrorizada quando um homem dirigindo embriagado invadiu sua propriedade ceifando a vida de dois de seus filhos, um menino e uma menina. Embora conhecesse bem a Deus, ele O culpava pelo ocorrido. Seus sentimentos de amargura somente acentuaram sua dureza de coração. Era impossível perdoar tal bêbado que quebrara o circulo familiar. (Aquele motorista não havia experimentado ainda do suprimento do rio da graça de Deus).
Certo dia, entretanto, houve um mudança naquela situação. Depois de terminada a escola e todas as crianças liberadas, a professora designada pára ajudar a embarcar as crianças no ônibus atrasou-se. Ao passar em frente ao ônibus, nossa filha Michelynne deixou cair alguns papéis. Inclinando-se para pega-los, ficou fora da visão do motorista. Foi assim que o ônibus em movimento jogou-a no chão esmagando sua lancheira, sendo que as rodas passaram paralelas ao seu corpo, uma de cada lado. Foi surpreendente! Ela sofreu apenas um corte na cabeça, Damos graças Deus por ter-lhe poupado a vida.
Na manhã seguinte, bem cedo, o motorista veio nos visitar. Ele nos contou sobre o acidente com seus filhos ocorrido onze meses antes e que não conseguia perdoar o culpado. Agora, porém, ele tinha nova visão! Será que o perdoáramos pelo que fizera? Demos àquele homem total certeza de que já o havíamos perdoado.
Depois do ocorrido, toda sua família começou a freqüentar uma igreja. O motorista reconciliou sua vida com o Senhor e sua esposa se converteu. Nos meses que se seguiram, outros membros da família confiaram em Cristo como Senhor e Salvador.
Veja atentamente o testemunho da mãe de Michelynne com respeito ao suprimento da graça de Deus: “Poucos dias antes do acidente, alguém me emprestou um livro com o título: “O PODER DO LOUVOR”. Aquele livro mudou minha vida minha vida e tive a chance de colocar em prática o que aprendi. No dia do acidente, a professora e a enfermeira da escola trouxeram Michelynne para casa e À medida que relatavam o ocorrido, agradecia e louvava a Deus por Sua misericórdia. Em outras circunstâncias teria ‘entrado em pânico’”.
Alguém certa vez me disse: “nunca encare qualquer problema sem antes agradecer a Deus por ele. Assim, o problema não será um mero problema e sim uma oportunidade para Deus lhe conceder a vitória através do problema”.
Consideremos as palavras da Paulo: “Regozijai-vos sempre...” (1 Ts 5:16).
O segredo de regozijar em todo o tempo é o seguinte:
“Orai sem cessar” (VV.17). E o resultado é:
“Em tudo, daí graças...” (VV. 18).
Ao passarmos do ato de orar para uma atitude de oração, ações de graças tornar-se-ão um modo de vida e seremos capacitados diariamente para perdoar.
Chegando a esse ponto em nossa jornada, precisamos nos convencer de que nada impede mais a oração quanto o fato de guardarmos pequenos ressentimentos ou nutrirmos a falta de perdão.
Gostaria de salientar que precisamos estar convictos— convictos que iremos colher conseqüências e que devemos parar de nos justificar.Que não nos agarremos a tentativas de justificar o nosso ressentimento chamando-o de “justa indignação”. Sim, existe tal coisa chamada de justa indignação. Jesus a teve quando: Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração (Mc 3:5).
A indignação de Jesus, entretanto, era algo que estava acontecendo com uma outra pessoa e não por causa de um ressentimento pessoal por algo que O atingiu. Jesus estava ‘indignado” – por algo que estava acontecendo a outrem. Quando nossa indignação possui em si mesma uma aflição (em relação ao que está acontecendo com alguém) e não um incômodo por causa de algo contra nós, então a ira é correta e justa. Tenhamos em mente que embora alguma ira seja justa, não devemos guardá-la por muito tempo dentro do nosso coração. Certamente ela apodrecerá.
Por isso Paulo nos diz: Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira(Ef 4:26). Há portanto, um tipo de ira que pode ser mantida sem pecado. Se for se irar sem pecado, sua ira deve ser apenas contra o pecado e o sol não deve se por sobre ela. Até mesmo uma justa indignação pode consumir o amor das nossas vidas a ponto de nos fazer “desagradáveis justiceiros”__ uma pessoa sem amor.
O PERDOADO PERDOA
Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. Mateus 18:23-24 e 27.
Prisioneiros não são somente aqueles que estão detidos atrás das grades de aço de uma penitenciária. Há muitos que, mesmo não estando presos em uma cadeia pública, estão detidos atrás de grades invisíveis. São pessoas que, ainda que caminhem livremente pelas ruas, andam acorrentadas no passado curtindo a fossa de suas mágoas. Vítimas de sentimentos de amargura, culpa e autocomiseração vivem entoando o cântico das lamúrias. Encontram-se tão centralizadas em seus próprios sentimentos amargos que se vêem sempre como vítimas de tudo e de todos. São muitos os sentimentos que paralisam as pessoas e as mantêm imobilizadas. Porém o que se percebe é que a falta de perdão está envolvida com quase todos eles. Quando o perdão não é aplicado, seja qual for a situação, a pessoa entra num processo de tortura interior. Seu humor será afetado, possivelmente sua saúde sofrerá danos, sua alma ficará amarga, e, por fim, poderá experimentar o esmagamento provocado pelo sentimento de culpa.
O quadro é pesado, porém muitos são os que entram por este caminho e se atolam em seus próprios sentimentos pecaminosos. A palavra de Deus nos mostra no livro de Salmo 32:3 a seguinte verdade: Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Devemos encarar os fatos. Os sentimentos que destróem os outros e envenenam a nossa própria alma nunca fizeram parte do plano original de Deus para o homem. Eles acompanham o homem desde a queda no jardim do Éden. O pecado trouxe essa herança terrível. Imediatamente após a queda já percebemos a ação do pecado nos sentimentos do homem. No livro de Gênesis 3:9-12 lemos: E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a Tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo e me escondi. Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Então disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Neste trecho podemos enumerar os vários tipos de sentimentos que Adão experimentou. Sentimento de culpa, medo e vazio. Numa tentativa de se justificar, transferiu a sua responsabilidade ou culpa ao próprio Deus e à sua mulher. Também demonstrou que nele havia um problema em relação à compreensão do perdão. O pecado trouxe conseqüências graves ao homem. É por isso que muitas pessoas se tornam escravas de seus próprios sentimentos. Billy Graham coloca que a inveja é um dos primeiros sentimentos que brotou no coração do homem. É um sentimento que não veio como conseqüência da queda, mas que teve participação ativa no seu processo.
Diante deste diagnóstico tão pesado, a primeira coisa que devemos saber é que não existe remédio algum neste mundo capaz de curar alguém nestas condições. O máximo que se pode conseguir são “pílulas paliativas” para aliviar o sofrimento. A solução não vem deste mundo, mas do Criador do universo. O que precisamos entender é que não poderemos acertar as nossas contas com os homens enquanto não encararmos o Juiz eterno para acertar as nossas diante Dele.
Mateus
18.21 Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
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18.22 Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
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18.23 Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos.
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18.24 E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
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18.25 Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.
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18.26 Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei.
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18.27 E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.
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18.28 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves.
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18.29 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei.
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18.30 Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida.
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18.31 Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera.
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18.32 Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste;
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18.33 não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?
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18.34 E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.
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18.35 Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.
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O nosso texto base nos apresenta uma das mais profundas manifestações da graça de Deus em relação ao homem pecador. Diante de um rei foi colocado um homem que lhe devia dez mil talentos. Para termos uma idéia do montante deste valor precisamos pensar um pouco nas comparações que se seguem:
Um denário = Um dia de serviço.
Um talento = Seis mil denários = Seis mil dias de serviço.
Dez mil talentos = Sessenta milhões de denários = Sessenta milhões de dias de serviço.
Todos os impostos anuais somados dos estados da Iduméia, Judéia e Samaria perfaziam o valor de seiscentos talentos.
O Senhor Jesus usou este exemplo para mostrar que, apesar da nossa dívida ser impossível de ser paga a Deus, Ele nos concedeu um perdão eterno. Toda a culpa do nosso pecado e todas as nossas transgressões foram levadas por Cristo Jesus na cruz. A obra de Cristo na cruz foi absolutamente perfeita, não havendo necessidade alguma de muletas humanas para ajudar o homem na sua libertação.
No livro de Colossenses 2:14 está escrito: Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz . Satanás tenta de todos os modos cegar-nos para toda esta maravilhosa verdade. Hal Lindsey no seu livreto “A viagem da culpa” escreveu: O motivo número um por que o poder de Deus sofre curto-circuito em nossas vidas é que realmente nunca aprendemos o que significa a cruz de Cristo numa base cotidiana. A cruz é a base contínua de Deus aceitar-nos e perdoar-nos. A graça nos conquistou em Cristo Jesus deixando-nos totalmente livres, isentos de qualquer culpa ou dívida diante do Deus eterno.
Uma vez que já fui redimido em Cristo Jesus, então devo crer e tomar posse deste perdão pleno para a minha vida. Sendo um perdoado, agora posso perdoar. Não sou mais um escravo de meus sentimentos, pois Cristo já me libertou. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. João 8:36.
Os que nasceram de novo já têm um parâmetro para trabalharem na questão do perdão em suas vidas. No livro de Efésios 4:32 está escrito: Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. Esta verdade também pode ser constatada em Colossenses 3:13: Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.
Uma vez que fomos libertos em Cristo Jesus, podemos perfeitamente perdoar a todo aquele que nos ofende. Quando não perdoamos, mas temos um sentimento estranho agindo em nós, devemos encarar isto como um pecado sério diante de Deus. Precisamos confessar este sentimento como um pecado. Em seguida, devemos tomar posse do perdão que já nos foi outorgado por Cristo Jesus. Infelizmente, muitos, por não conhecerem a graça plena de Deus na questão do perdão, sofrem, ora sendo acusados pelo diabo, ora por suas próprias consciências. Esquecem-se de que nós não temos mais dívida alguma para acertar, pois tudo já foi pago completamente pelo Senhor Jesus. O escrito de dívida já foi rasgado, e o próprio sangue de Jesus é o selo da nossa libertação. Não precisamos mais viver escravizados por sentimentos pecaminosos, pois Cristo Jesus já nos deu a vitória. Alguém, acertadamente, disse: A Bíblia nunca diz a um crente, depois da cruz, que peça perdão. Já é um fato acertado com Deus, e Ele simplesmente quer que reivindiquemos o que já é verdadeiro. Não precisamos implorar algo que já nos foi dado em Cristo Jesus. Precisamos tomar posse.
O Senhor nos convida a termos uma vida totalmente liberta. Já fomos perdoados em Cristo, por isso podemos perdoar plenamente.
FROMKE AFIRMA:
Gostaria de salientar que precisamos estar convictos— convictos que iremos colher conseqüências e que devemos parar de nos justificar.Que não nos agarremos a tentativas de justificar o nosso ressentimento chamando-o de “justa indignação”. Sim, existe tal coisa chamada de justa indignação. Jesus a teve quando: Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração (Mc 3:5).
A indignação de Jesus, entretanto, era algo que estava acontecendo com uma outra pessoa e não por causa de um ressentimento pessoal por algo que O atingiu. Jesus estava ‘indignado” – por algo que estava acontecendo a outrem. Quando nossa indignação possui em si mesma uma aflição (em relação ao que está acontecendo com alguém) e não um incômodo por causa de algo contra nós, então a ira é correta e justa. Tenhamos em mente que embora alguma ira seja justa, não devemos guardá-la por muito tempo dentro do nosso coração. Certamente ela apodrecerá.
Por isso Paulo nos diz: Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira(Ef 4:26). Há portanto, um tipo de ira que pode ser mantida sem pecado. Se for se irar sem pecado, sua ira deve ser apenas contra o pecado e o sol não deve se por sobre ela. Até mesmo uma justa indignação pode consumir o amor das nossas vidas a ponto de nos fazer “desagradáveis justiceiros”__ uma pessoa sem amor.
Com texto do amado Pastor Tomaz Germanovix.
Shalom.