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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A Oração é importante?


Depois de fazer um levantamento da prática da oração de Jesus, percebo que seu exemplo responde a uma importante pergunta sobre a oração: Ela é importante? Quando as dúvidas se insinuam, e me pergunto se a oração é uma forma santificada de falar comigo mesmo, lembro-me de que o Filho de Deus, que havia criado tudo com sua palavra e que sustenta tudo o que existe, sentiu uma necessidade premente de orar. Orou como se a oração fizesse alguma diferença, como se o tempo dedicado a ela tivesse exatamente a mesma importância do tempo dedicado a cuidar das pessoas.

Um médico amigo meu, ao saber que eu estava investigando a oração, disse-me que eu deveria partir de três pressupostos bastante amplos: 1) Deus existe; 2) Deus é capaz de ouvir nossas orações; 3) Deus se interessa por nossas orações. “Nenhum dos três pode ser provado ou refutado”, disse ele. “São afirmações em que se deve acreditar ou não”. Ele está certo, naturalmente, embora para mim o exemplo de Jesus ofereça uma forte prova em favor do acreditar. Descartar a oração, concluir que ela não tem importância, significa ver Jesus como iludido.

Jesus agarrava-se à oração como a uma corda de salvação, pois ela lhe dava orientação e energia para conhecer a vontade do Pai. Para continuar crendo no mundo “real” do qual ele vinha, para alimentar a memória da luz eterna, ele tinha de esforçar-se às vezes a noite inteira ou levantar-se antes do amanhecer. Até mesmo ele em certas ocasiões perdeu a paciência com o ambiente terreno (“Ó geração incrédula, até quando estarei com vocês?”), ás vezes lutou contra a tentação (“Não ponha à prova o Senhor, os eu Deus”) e às vezes duvidou (“Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”).

Os céticos questionam a utilidade da oração: se Deus tem um conhecimento perfeito, que sentido faz? Para perguntas como essas não tenho resposta melhor do que o exemplo de Jesus, que conhecia mais do que ninguém a sabedoria do Pai e, mesmo assim, sentia uma forte necessidade de inundar os céus com pedidos.

Embora Jesus não apresentasse nenhuma prova metafísica da eficácia da oração, o próprio fato de que ele orava estabelece seu valor. “Peçam e receberão”, disse abertamente, censurando quem considera o pedido uma forma “primitiva” de oração. Quando os discípulos fracassaram em sua tentativa de curar um rapaz aflito, Jesus teve uma explicação muito simples: falta de oração.        

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