5 – O batismo na
morte de Jesus Cristo
Romanos
6.3
Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus
fomos batizados na sua morte?
O
novo testamento fala de várias formas de batismos, anunciando a imersão do candidato
em alguns ambientes diferentes. Por exemplo: o batismo nas águas aponta para o
mergulho num líquido. O batismo no Espírito Santo ressalta a experiência de
enchimento do Espírito na vida do crente. O batismo no fogo mostra a imersão no
holocausto ou consagração. O batismo na morte confirma a inclusão do pecador no
sacrifício de Cristo. O batismo do corpo evidencia a admissão do salvo na
igreja, o corpo místico de Cristo, e assim, cada um desses batismos testifica a
identificação do aspirante em realidades especificas. O crente é sempre imerso
em algum acontecimento importante.
O
batismo na morte é um tema pouco abordado na história da pregação, ainda que
seja bem considerado pelas Escrituras.
A
cruz é o único lugar neste universo em que o cálice do sofrimento e o batismo
na morte aniquilam a arrogância dose seres mais presunçosos. Para alguém conseguir
entrar na festa do cordeiro, é preciso antes de tudo, ter bebido no copo do
santo gral e ter sido batizado numa sepultura através do corpo de Cristo
crucificado. Ninguém poderá participar na intimidade da família Real sem as
cicatrizes da cruz.
O
batismo na morte é a credencial básica que Jesus oferece aos seus discípulos para
integrá-los no seu Reino. Não é o batismo nas águas que garante o título de
propriedade em termos de salvação. Este é somente o testemunho do que aconteceu
no calvário. Uma víbora precisa mais do que um banho para remover sua natureza. Mergulhar
uma serpente num batistério não a transforma num ofídio inofensivo.
A
verdade bíblica nos garante que os filhos de Deus já foram batizados em Cristo,
bem antes de serem batizados nas águas. Gálatas 3.26
Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; 3.27 porque todos quantos fostes batizados em Cristo
de Cristo vos revestistes.
A
nossa identificação na morte juntamente com Cristo consegue deslocar a autoestima,
contaminada pela vaidade pecaminosa, para a estima do alto, determinada pelos
valores celestiais. Somos transformados, pelo poder da morte e ressurreição de
Cristo, em novas criaturas com uma nova mentalidade. A nova vida é estimada,
daí para frente, pelos novos valores do Reino de Deus. É bom que se diga aqui
que o batismo na morte não significa uma despersonalização do sujeito, mas uma
modificação radical da personalidade.
A
plenitude do Espírito é uma consequência da vacância do ego. A morte precede a
ressurreição. O despojamento antecede a restituição. O esvaziamento do ego na
cruz vem antes da plenitude da vida de Cristo.
O
fato é que a morte de Cristo tinha implicações diretas com a morte do pecador. E
foi juntamente com Cristo que o pecador morreu para a sua vida pecaminosa.
O
batismo nas águas deve sempre vir precedido da experiência de fé no batismo da
morte. Antes de sepultar alguém é preciso verificar se primeiro ele já morreu,
uma vez que a cerimônia do batismo nas águas tipifica o enterro do defunto, e o
pecador, de fato, só morre na cruz com Cristo. No reino de Deus não há óbito
por afogamento. Quem crê na sua morte na cruz com Cristo pode ser batizado nas
águas como testemunho de sua fé nesse sacrifício.
A
missão de Jesus não tem como finalidade dar valor ao homem caído, mas
libertá-lo de si mesmo. O batismo na morte com Cristo é o único remédio para a
cura dessa inflamação insidiosa do egoísmo desgostoso.
A
bandeira da nova vida deve ser: convém
que Ele cresça e eu diminua. João 3.30
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