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sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Os Conselhos de Wesley sobre o uso do Dinheiro



Qual a orientação de Deus para os cristãos usarem seus recursos financeiros? Wesley apresentou quatro prioridades bíblicas:


I. Providencie tudo que for necessário para você e sua família (1Timóteo 5:8). O crente deve assegurar que sua família tenha satisfeitas as necessidades e confortos, ou seja, “alimento suficiente e saudável para comer e roupas limpas para vestir”, assim como um lugar para morar. Deve ainda assegurar que a família tenha como viver caso aconteça alguma coisa com a pessoa que a sustenta.


II. “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.” (1Timóteo 6.8) Como os cristãos decidem quanto gastar com eles mesmos e com a família? Qual é o limite? Wesley respondeu citando as palavras de Paulo a Timóteo. Acrescentou que a palavra traduzida como “vestir” significa literalmente “cobrir”, o que inclui residência além de roupas. E prossegue: “Segue-se, claramente, que tudo que ultrapassar isso é, aos olhos do apóstolo, riqueza. Ou seja, tudo que vai além das necessidades básicas ou, no máximo, das conveniências. Qualquer pessoa que tiver o suficiente para comer, roupa para vestir, um lugar para deitar a cabeça e mais alguma coisa é rica” (trecho de O perigo da riqueza).


III. “Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos.” (Romanos 12.17) e “Não devam nada a ninguém” (Romanos 13.8). Wesley disse que a forma seguinte de gastar o dinheiro é pagar aos credores; e acrescentou que os que possuem negócios próprios precisam de ferramentas, estoque ou capital adequados para fazerem o negócio prosperar.


IV. “Façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé” e “Enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos” (Gálatas 6.10). Depois que o cristão cuidou da família, dos credores e de seu negócio, a obrigação seguinte é usar todo o dinheiro que sobrar para atender as necessidades dos outros. Wesley ensinou que Deus dá dinheiro a seus filhos para que atendam suas necessidades razoáveis e espera que, depois lhe devolvam o restante, dando aos pobres. Deus quer que todos os seus filhos se considerem “apenas um dos pobres, cujas carências foram supridas por parte da substância de Deus que ele colocou nas mãos deles com essa finalidade”.


Então, Deus irá perguntar:


Foste um benfeitor da humanidade? Alimentaste os famintos, vestiste os despidos, confortaste os enfermos, ajudaste o estrangeiro, acalmaste os aflitos, segundo o que cada um necessitava? Foste olhos para o cego, pés para o aleijado, pai para os órfãos e marido para as viúvas? (trecho de O bom mordomo).


Além desses quatro princípios bíblicos, Wesley reconheceu que há situações que dão margem a dúvidas. Nem sempre é óbvio como o cristão deve usar o dinheiro de Deus. Assim, apresentou quatro perguntas que as pessoas devem fazer antes de decidir como usar o dinheiro:


• Ao gastar este dinheiro, estou agindo como se ele fosse meu ou como um mordomo do Senhor?
• O que a Bíblia exige de mim para gastar esse dinheiro dessa forma?
• Posso oferecer essa minha compra ao Senhor como sacrifício?
• Deus me recompensará por esse gasto na ressurreição dos justos?


Wesley advertia especialmente contra comprar muitas coisas para as crianças. Pessoas que jamais desperdiçariam dinheiro com elas mesmas às vezes eram mais indulgentes com os filhos. Com base no princípio de que atender um desejo desnecessário serve apenas para fazer com que ele cresça, Wesley inquiriu esses pais bem intencionados:
Por que vocês compram para eles mais orgulho, luxúria, vaidade, tolice e desejos prejudiciais? [...] Por que gastam mais para aumentar as tentações e armadilhas deles e marcá-los com mais tristezas?” (trecho de O uso do dinheiro).


Finalmente, Wesley sugeriu a seguinte oração para o crente que ainda está em dúvida:
Senhor, tu vês que vou gastar essa quantia em alimento, objetos ou móveis. E sabes que vivo com um único objetivo: ser mordomo de teus bens; e gasto essa porção buscando realizar o projeto que tinhas ao me confiar o dinheiro. Sabes que faço isso em obediência à tua Palavra, como mandaste, e porque ordenaste. Rogo-te que o que vou adquirir seja sacrifício santo, aceitável por meio de Jesus Cristo! E dá-me um testemunho em mim mesmo de que, por esse esforço de amor, serei recompensado quando recompensares todas as pessoas de acordo com as obras que praticarem (trecho de O uso do dinheiro).


Wesley tinha certeza de que qualquer crente que tivesse a consciência limpa depois de fazer essa oração usaria o dinheiro com sabedoria.

Wesley e o Dinheiro


Na infância, Wesley conheceu a pobreza. Samuel, seu pai, era pároco anglicano em uma das paróquias que pagava menos na Inglaterra e tinha nove filhos para alimentar e vestir. John via sempre o pai endividado e certa vez o viu ser preso por causa de dívidas. Quando decidiu seguir o ministério não tinha ilusões quanto às suas recompensas financeiras.


Entretanto Wesley não enfrentou a mesma pobreza de seu pai. Em vez de se tornar o pregador de uma paróquia, sentiu a orientação de Deus para dar aulas da Universidade Oxford. Foi eleito membro da Lincoln College e sua situação financeira mudou completamente.
Passou a receber no mínimo 30 libras por ano – mais do que suficiente para sustentar um homem solteiro naquela época. Parece que apreciou sua relativa prosperidade enquanto dava aulas, gastando o dinheiro com jogo, cigarro e bebida.


Um fato ocorrido em Oxford alterou sua perspectiva do dinheiro. Havia acabado de comprar quadros para seu quarto quando uma das camareiras bateu à sua porta. Era inverno e ele reparou que ela só tinha um vestido fino de linho para protegê-la do frio. Enfiou a mão no bolso para dar-lhe dinheiro para comprar um casaco e descobriu que sobrara muito pouco. Entendeu, então, que Deus não estava contente com a forma como gastava seu dinheiro. Perguntou a si mesmo:
Será que teu Mestre dirá: “Bem está, servo bom e fiel?”. Adornaste tuas paredes com o dinheiro que poderia ter protegido essa pobre criatura do frio”! Ó justiça! Ó misericórdia! Esses quadros são o sangue dessa pobre empregada (trecho de Sobre roupas).
Talvez como reflexo desse acontecimento, Wesley passou a limitar seus gastos a fim de ter dinheiro para dar aos pobres. Verificou que em um ano sua renda havia sido 30 libras, seus gastos para viver, 28 libras e, então, tinha 2 libras para doar. No ano seguinte a renda dobrou, mas gastou as mesmas 28, então pôde doar 32. No terceiro ano, a renda pulou para 90 libras. De novo, viveu com 28 e doou 62. No quarto ano, ganhou 120 libras, gastou 28 e deu 92 para os pobres.


Wesley pregava que os cristãos não deviam se limitar ao dízimo, mas dar toda renda extra depois de atender as necessidades da família e pagar os credores. Ele acreditava que, com o aumento de renda, o cristão deveria elevar seu padrão de doação, não seu padrão de vida.
Mesmo quando sua renda subiu para milhares de libras, continuou a viver em simplicidade e doava todo o dinheiro que sobrava. Em determinado ano, sua renda chegou a mais de 1.400 libras. John ficou com apenas 30 e doou todo o restante. Ele temia acumular tesouros na terra, por isso tão logo recebia, enviava o dinheiro para caridade. Declarou nunca ter possuído mais do que 100 libras ao mesmo tempo.


Entre as maneiras como Wesley limitava seus gastos estavam a vida sem luxos e a identificação com os necessitados. Pregava que os cristãos deveriam se considerar membros da classe pobre a quem Deus entregou o dinheiro como ajuda. Colocava suas palavras em prática, vivendo e comendo com os pobres. Sob a liderança de Wesley, metodistas de Londres abriram na cidade duas casas para abrigar viúvas que eram sustentadas por ofertas levantadas nas reuniões e na Ceia do Senhor.


Em 1748, Wesley morava nas mesmas acomodações que qualquer outro ministro metodista que estivesse na cidade. Alegrava-se por comer da mesma comida à mesma mesa, esperando ansioso pelo banquete celestial que todos os cristãos irão compartilhar.
John Wesley não se identificava com os pobres apenas compartilhando alimento e moradia e abrindo mão de luxo, mas algumas vezes deixava de atender algumas de suas necessidades para doar o dinheiro. Durante quase quatro anos alimentou-se basicamente de batatas. Isso não foi apenas para melhorar a saúde, mas também para poupar. “O que eu economizo com carne irá alimentar alguém que não tem nada.”


Em 1744, Wesley escreveu: “[Quando eu morrer], se deixar dez libras... você e toda a humanidade [podem] testemunhar contra mim, que vivi e morri como ladrão e assaltante”. Quando morreu, em 1791, o único dinheiro citado em seu testamento foi a miscelânea de moedas encontradas em seus bolsos e gavetas. Havia doado a maior parte das 30 mil libras que ganhou em sua vida.

domingo, 7 de outubro de 2007

Antes de tudo, a oração


Leia cada uma das folhas do Novo Testamento e marque todas as referencias acerca da oração. Você verá como ela é enfatizada. Só no primeiro evangelho há 41 referencias e em todo o Novo Testamento há 230, algumas delas extensivas, com dez palavras diferentes par a oração. Lá nós podemosler sobre “orando em todo o tempo com toda a oração” (Efésios 6.18). Métodos, formas e modos diferentes, todos eles disponíveis para o homem usar contra o diabo, em benefício e em adoração.

Orar Sempre!
Alguns textos usam uma palavra especial assim como um martelo que martela o prego bem fundo. A expressão “sem cessar”(do grego ektenes, adialeiptos) surge apenas seis vezes nas Escrituras e apenas acerca da oração, como se esta fosse a única coisa que nunca poderíamos deixar de fazer.


Atos 12.5
Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.

Romanos 1.9
Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós,

1 Tessalonicenses 1.2-3
Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai.

1 Tessalonicenses 5.17
Orai sem cessar.

2 Timoteo 1.3
Dou graças a Deus, a quem desde os meus antepassados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço memória de ti nas minhas orações noite e dia;

Lucas 18.1
Jesus ensinou sobre o dever de orar sempre sem desfalecer.


Perseverança no propósito de orar
Outro conjunto de exemplos mostra o uso de uma palavra que significa “continue a fazer isso, persevere, seja daqueles que permanecem, mostre constância, não existes, e mantenha-se acordado”. Traduza estes textos para si mesmo:

Colossenses 4.2
Perseverai em oração, velando nela com ação de graças;

Romanos 12.12
Perseverai na oração.

Atos 6.4
Mas nós perseveraremos na oração.

Efésios 6.18
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos,


A oração que agrada a Deus
A maneira com que Jesus Cristo fala da oração não é como muitos supõem. Ele disse: “Pedi e dar-se-vos-á. Buscai. Batei”. (Mateus 7.7). No grego, estas palavras estão no presente do indicativo – esteja pedindo, esteja buscando, esteja batendo. Mas em outro lugar, Ele usa um tempo diferente (aoristo) indicando uma única ação completa – “o pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mateus 6.11). Peça uma vez, mas todos os dias, “dá-nos hoje”. Peça a necessidade de cada dia, diariamente. É assim que Deus gosta, não “ter fé” para tudo durante um ano todo, mas irmos a Ele como crianças, vez após vez, pedindo pelo pão da vida e o Espírito Santo, diariamente, não de uma vez por todas. Nós sempre recebemos, todos os dias.


Deus ouve as orações
A Bíblia declara constantemente que a oração sempre será ouvida.

Mateus 6.8
Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.

Mateus 7.8
Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.

1 João 5.14-15
E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.

╬Rinhard Bonke

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A Vida - Dom de Deus



Com dez meses, bebê anencéfala não quer sair do colo da mãe

A bebê anencéfala (sem cérebro) Marcela de Jesus Galante Ferreira, que ontem completou dez meses, está "gorda". A menina de Patrocínio Paulista (413 km a norte de São Paulo) pesa 11,2 kg, acima do esperado para um bebê de sua idade --normalmente entre 9,5 kg e 10 kg.

Segundo a pediatra Márcia Beani, que a acompanha desde o nascimento, Marcela está cada vez mais ativa. "Ela não quer sair do colo da mãe. Se é colocada na cama, fica chorosa, manhosa."

Na semana passada, a mãe da menina, a lavradora Cacilda Galante Ferreira, chegou a tirar a sonda que alimenta Marcela, mas apenas para dar-lhe papinha pela colher --por segurança, a sonda voltou a ser colocada.

Símbolo

Caso raro na medicina --bebês anencéfalos normalmente morrem algumas horas após o parto--, a sobrevivência de Marcela fez com que a menina se tornasse um símbolo de campanhas antiaborto lideradas por grupos religiosos.

Pela lei brasileira, a gestação pode ser interrompida em casos de anencefalia.
Marcela ficou internada até abril, quando teve alta. Passou a morar com a mãe em uma casa alugada pela família. Ela respira com ajuda de um capacete de oxigênio, mas hoje consegue ficar até duas horas sem o aparelho.

Fonte: Site BOL

Shalom!╬

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Uma Esperança de Futuro


Vamos Meditar!

O que te daria segurança de um futuro melhor?

Textos: Jeremias 29:11-13 e Mateus 6:19-20

Introdução: Muitas pessoas acham que o que pode lhes garantir um futuro melhor é uma grande conta bancária, uma boa poupança, certo número de bens materiais e uma boa estrutura financeira. A história prova que essa idéia é errada. Muitos que depositaram nisso suas esperanças não tiveram um futuro, pois perderam o que tinham.
Enquanto nossa esperança de um futuro melhor estiver em coisas que podem mudar, podem se desgastar ou podem ser perdidas, nosso futuro corre risco, nunca estaremos seguros.
A Bíblia mostra o que pode nos dar segurança. Se quisermos ter uma esperança de futuro:

1)Precisamos depositar nossa confiança em Deus.
Deus nunca muda. Precisamos conhecer a Deus e aprender a confiar Nele.
Muitos não conseguem confiar em Deus porque não o conhecem. Precisamos procurar conhecer a Deus cada vez melhor para ter um futuro tranqüilo.

2)Precisamos aceitar os planos de Deus para nós.
Não adianta conhecer a Deus e confiar Nele se não aceitamos os planos de Deus para nossa vida. Precisamos aceitar os planos de Deus para ter uma esperança de futuro.

3)Precisamos fazer de Deus o nosso maior tesouro.
A coisa mais preciosa que podemos ter na vida é um relacionamento de verdade com Deus. Devemos dedicar nossa vida a conseguir isso. Nosso relacionamento com Deus, o conhecimento de Seus planos e a aceitação de Sua direção para as nossas vidas são a nossa segurança de um futuro melhor.

Conclusão: Você quer entregar sua vida a Deus? Quer fazer Dele o seu maior tesouro? Quer depositar Nele a sua confiança e esperança de um futuro melhor?


Shalom.╬

Tentação real

Meditação de C.S. Lewis
COMO você deve se lembrar, eu disse que o primeiro passo rumo à humildade é perceber-se orgulhoso. Gostaria de acrescentar a isso agora que o próximo passo é empreender alguma tentativa séria de praticar as virtudes cristãs. Uma semana só não basta. Na primeira semana as coisas costumam parecer fáceis. Tente seis semanas seguidas. A essa altura, depois que tiver uma recaída ou que cair mais fundo do que o ponto de onde tiver partido, descobrirá algumas verdades sobre você mesmo. Ninguém tem consciência da sua própria maldade, enquanto não empenhar todos os esforços para ser bom. Há uma idéia tola circulando por aí de que as pessoas bondosas não conhecem o significado da tentação. Isso não passa de uma mentira deslavada. Só os que tentam resistir à tentação conhecem a sua força de fato. Nós mesmos só conseguimos nos dar conta da força do exército alemão lutando contra ele, e não quando nos entregamos. Você só poderá descobrir a força de uma ventania, se andar contra ela, mas não fará idéia dela se deitar-se no chão. Uma pessoa que se rende à tentação depois de cinco minutos, simplesmente, não saberá como se sentiria uma hora mais tarde. Eis a razão por que pessoas más, em certo sentido, não entendem muito da maldade. Elas vivem uma vida resguardada, rendendo-se sempre. Nós jamais descobriremos a força do mal que há dentro de nós, enquanto não tentarmos lutar contra ele; e Cristo, pelo fato de ter sido o único homem que nunca se rendeu diante da tentação, é, ao mesmo tempo, o único homem que conhece profundamente o que significa ser tentado – ele é o único realista absoluto.
– de Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples] 1914 Lewis (aos 15 anos de idade) dá início às suas aulas particulares com William T. Kirkpatrick, em Great Bookham, Surrey, que duram até março de 1917. Kirkpatrick viria a se tornar o professor de maior influência sobre a sua formação.

domingo, 9 de setembro de 2007

A pequena sabedoria de não alimentar abutres


Daudy contou esta história:


Nyani, o macaco, odiava os abutres.
Mas Tico, o primo de sua esposa, era uma criatura dotada de pequeníssima inteligência. Tico meramente dizia que odiava os abutres; porem ficava fascinado pelos seus agudos bicos, seus pescoços sem penas, pelo modo como suas caudas balançavam quando andavam, e pela curva de suas perigosas garras.


Um dia, um abutre pousou no chão, perto da árvore da família Tico. Seus olhos beberam cada movimento da ave de rapina. Tico olhou de um lado para o outro. Ninguém estava olhando, e Tico jogou comida para o abutre. Então, por causa da voz intima que dentro dele falava em altos brados contra os abutres, Tico gritou com voz irada. E com muitos gestos, ordenou que o abutre fosse embora.


No dia seguinte, vieram dois abutres. Seus olhos ficaram vermelhos quando os observou, espiando por um buraco na arvore. Sua boca ficou seca. Furtivamente olhou para verificar se era observado, mas os habitantes do mato não estavam olhando em sua direção. Novamente jogou comida para os perversos abutres, os quais, aproximando-se, crocitavam de um modo que não era nada agradável para os ouvidos.


Logo outros abutres se aproximavam cada vez mais, pois Tico continuava a alimenta-los. Então,l em voz que podia ser ouvida mesmo nos espinheiros mais distantes, ele proferia ameaças de jogar pedras, e que teriam sido horríveis se antes não tivesse jogado comida. Os abutres esvoaçavam, mas voltavam e não se afastavam do terreno.
Clara, a girafa, de seu ponto vantajoso acima dos espinheiros, viu tudo isso e sacudiu a cabeça tristemente, pois sabia que aqueles que alimentavam os abutres procuravam dificuldades.
Passou-se uma semana.
Os abutres já não se mantinham à distancia. Chegavam até as raízes da árvore, a comer de modo horrível o alimento que o pequeno macaco lhes lançava furtivamente. Tico os observava avidamente, embora o receio lhe fizesse encolher o estômago.


No calor do meio dia, no dia seguinte, os abutres, cada vez mais ousados, adejavam por cima da arvore, e embora Tico ralhasse com eles em aparente ira, crocitavam e esvoaçavam desajeitadamente para finalmente virem pousar na arvore, a disputar selvagemente a comida que Tico lhes oferecia.


Bem acima voavam em círculos outros abutres. Durante todo o tempo iam chegando mais e mais abutres. Continuavam pousando e se amontoando cada vez mais perto de Tico.
Realmente assustado, Tico batia com um pau nodoso em redor de si, mas sem efeito algum. Os abutres que ele havia encorajado estavam rapidamente a domina-lo. Cada vez chegavam mais abutres.


Finalmente lançaram-se contra ele com suas horríveis cabeças e com seus bicos despedaçadores, e ficaram a bicar ferozmente em seus olhos, seu corpo, seus membros. Os gritos do macaco eram abafados pelo crocitar de dezenas de abutres.


Ao pôr do sol, Nyani voltou de uma viagem. Ficou horrorizado ao encontrar completamente limpos os ossos do primo de sua esposa, o qual havia sido comido a bicadas pelos horrendos pássaros.
“Puxa!”, disse um dos que estavam a ouvir Daudi, ao mesmo tempo em que estremecia. Esta noite terei muitos sonhos ".
“Outro que estava ouvindo tirou sarro, segurando a banqueta e que estava assentado. “posso ver aquelas horríveis cabeças com seus pescoços sem penas a beliscar-me”.
Daudi sorriu, e então tornou-se muito sério.


“Entre vocês há alguns que já me contaram que suas dificuldades são pensamentos que não são puros. A lição de meu provérbio é o seguinte: “Alimentem esses pensamentos por meio daquilo que vêem, que lêem, que ouvem e que falam, e acabarão adejando por cima das vidas de vocês até domina-las”.


“Mas deixem-nos morrer à mingua, e ir-se-ão embora. Alimentem-nos, e voltarão em grupos cada vez mais numerosos”.
“A muitos já aconteceu que os ossos de suas almas foram bicados por tão perversos bicos”.