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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Somos Mordomos


A CONVERSÃO NA CONTRIBUIÇÃO
A conversão implica numa mudança radical do vazio da idolatria, para o completo significado decorrente do Deus vivo. E não há idolatria mais dominante do que a idolatria das riquezas. O escravo mais oprimido, e mais ansioso que existe, é aquele que se encontra governado pela tirania do dinheiro. Mamon é o maior senhor de escravos do mundo. As riquezas, Mamon, exercem fascínio imperioso sobre a realidade humana. Mas as riquezas se constituem apenas num instrumento para ser usado, nunca numa divindade para ser adorada. Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Mateus 6:24. A riqueza em si não causa danos, mas o seu domínio na personalidade é o maior prejuízo aos seus donos.
A maior cegueira se concentra na miopia espiritual. Quando o véu está posto no entendimento fica muito difícil a compreensão verdadeira dos fatos. O apóstolo Paulo fala dos judeus que mantinham uma cortina no seu intelecto, incapacitando sua visão real do Evangelho, mas, quando um deles se converte ao Senhor, então o véu lhe é tirado. 2 Corintios 3:16. Hugh Matin afirmou:
Se a religião de um homem não afeta a maneira como ele usa o dinheiro, a religião deste homem é vã. O homem sem visão espiritual é aquele que apenas vê a impor-tância das riquezas para sua existência.
Sabemos pela experiência histórica que todos aqueles que foram convertidos ao Senhor Jesus Cristo, viram convertida a maneira como lidavam com o dinheiro. Quando o coração é convertido o bolso também se converte. O órgão que mais evidencia a transformação espiritual é o bolso em sua sensibilidade. Se a sua fé não atinge a algibeira, de modo profundo, esta fé é rasa demais, para merecer confiança. Quem tiver bens do mundo e, vendo o irmão necessitado, cerrar-lhe o seu coração, como estará nele o amor de Deus?
1 João 3:17Nenhuma pessoa foi jamais distinguida pelo que recebeu. A honra deve ser sempre prestada em função daquilo que ela deu.
Não há conversão genuína que não desemboque num afluente de contribuição verdadeira. A graça não torna a contribuição algo opcional, mas inteiramente voluntária. Não é uma contribuição motivada pela cobrança constrangida, pelos interesses negociados ou pela imposição do dever. A graça converte o coração de tal modo que a sua contribuição se constitui no prazer liberal de uma serena generosidade. Deus tem um método secreto para recompensar a liberalidade dos seus santos: Ele faz com que a alegria da participação constitua no seu patrimônio de contentamento, capaz de beneficiar o contribuinte de modo satisfatório. Assim, podemos dizer com toda certeza, que o convertido já foi beneficiado com a satisfação de ser um contribuinte. O meu grande privilégio é poder contribuir com toda alegria para o Reino de Deus, com as riquezas que Deus coloca em minhas mãos, para administrá-las.
A contribuição é uma certa medida da conversão, quando vista sob o ângulo da revelação da Palavra de Deus. É possível dar sem amar, mas é impossível amar sem darQuando damos a Deus tudo o que temos e somos, entregamos-lhe sim-plesmente o que lhe pertence. O convertido se entregou totalmente a Deus, e, entrega como expressão de felicidade, o resultado de sua mordomia. Deste modo, a contribuição cristã, fruto, primeiramente da alegria, se manifesta em toda a sua exultação. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade, pois Deus ama ao que dá com alegria.
2 Coríntios 9:7Se não há canção no coração, não há conversão. A alegria é o sinal de maturidade espiritual. Dar de mau humor é grosseria. Dar com alegria é libertação. A maior alegria que alguém pode gozar, é ver a felicidade do outro, sem inveja, e, contribuir liberalmente, sem avareza. A alegria é que lubrifica os eixos do mundo. Quem não se alegra na contribuição, não contribui com a ver dadeira alegria neste mundo.
Em segundo lugar, a contribuição convertida se caracteriza por um gesto voluntário. Pois segundo as suas posses ( o que eu mesmo testifico ), e ainda acima delas, deram voluntariamente.
2 Coríntios 8:3. Não é mero dever nem obrigação que motiva a generosidade cristã, mas prazer voluntário. Não é constrangimento nem sugestão, mas decisão livre de um espírito liberto. Só uma vontade desobrigada pode ser isenta na sua decisão. A espontaneidade é a alavanca da sincera contribuição. E daqui dou o meu parecer sobre o que vos con-vém: No ano passado fostes os primeiros, não só a dar, mas também a querer dar. Agora, porém, completai o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes. 2 Coríntios 8:10-11. Nada que é obrigatório, é prazenteiro.
Uma terceira marca da contribuição, é sua generosidade liberal. Aquele que não é liberal com o que tem, simplesmente engana-se a si mesmo quando pensa que seria liberal se tivesse mais. O Criador é sempre generoso com os seus bens, para que aprendamos a ser generosos com os bens sob nossa administração. Em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e a sua profunda pobreza transbordou em riquezas da sua generosidade. 2 Coríntios 8:2Nada é tão poderoso nos relacionamentos quanto a gentileza, e nada é tão gentil com a força real da generosidade. A liberalidade é a fonte mais forte para o enriquecimento das verdadeiras amizades. Nenhuma contribuição tem legitimidade se não for motivada pelo gênero da generosidade. Portanto, julguei necessário exortar a estes irmãos, para que primeiro fossem ter convosco, e preparassem de antemão a vossa dádiva, já antes anunciada, para que esteja pronta como expressão de gene-rosidade, e não de avareza. 2 Coríntios 9:5. Um ofertante sem liberalidade é uma árvore sem folhas e sem frutos.
A quarta evidência de uma contribuição cristã, é a consciência de pura mordomia. O salvo sabe que não é nada, nem dono de coisa alguma.Mas quem sou eu, e quem é meu povo que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Tudo vem de Ti, e somente devolvemos o que vem das tuas mãos. Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam. 1 Crônicas 29:14 e Salmo 24:1. Paul S. Rees foi muito feliz com a sua afirmação:Mordomia não é deixar uma gorjeta sobre a mesa de Deus; é a confissão de uma dívida impagável contraída no Calvário. Deus não somente nos gerou no Jardim do Éden como nos regenerou em Cristo, nos ressuscitando do Túmulo do Jardim. Nós somos dele por criação e pertencemos a Ele pela salvação. A má mordomia resulta em nada menos do que reter de Deus aquilo que lhe pertence.
A contribuição evangélica não é propriamente uma estratégia de levantamento de fundos, mas é a maneira de Deus levar o homem do fundo de sua avareza. O que impede um homem entrar no reino dos céus não é o fato de possuir riquezas, mas o fato de as riquezas o possuírem. O desastre de uma vida próspera se apresenta na presunção orgulhosa de ser o dono de qualquer propriedade que pertence unicamente a Deus. Por isso, a verdadeira conversão diz respeito à transformação do coração que envolve o amor concentrado na alegria voluntária da generosidade liberal, que se manifesta na consciência administrativa da mordomia cristã. Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que mediante o trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. Atos 20:35

Pr. Glenio Paranaguá

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