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Sucesso
é servir
Não sirva esperando retorno a não
ser que venha do nosso Senhor Jesus Cristo. Se você fizer para ser reconhecido
ou para alimentar sua vaidade, você se tornará um escravo da pior categoria. Nada
pior do que ser dirigido pela aprovação e aceitação das pessoas. Isto é pecado,
pois em Cristo fomos aceitos e amados por quem realmente nos interessa.
O pecado estragou a todos. Se você servir
buscando a recompensa dos outros, você se tornará um amargo de espirito,
mergulhado na ansiedade. Pessoas não merecem. São más, são traidoras,
interesseiras e doentes (assim somos todos). Elas não merecem, mas Jesus sim.
Já me decepcionei com tantas que
passei a não mais me importar com esse tipo de coisa. Foram por tantas
humilhações a ponto de ir pedir perdão altas horas da noite por algo que nem
sabia o qual era minha falta, porque desejava ser aceito e preservar a ordem
nos relacionamentos. Pessoas saem das igrejas sem dar satisfação alguma ao seus
líderes que muitas vezes sacrificaram a família para dar atenção e ajudar esses
que pereciam.
Mas por outro lado, ao servir a
todos, sem distinção, mas por amor a Jesus, conheço na Igreja as mais preciosas
pessoas que encontrei. Verdadeiras pérolas que o Evangelho produziu, e isto
vale a pena por todos os déficits.
Focar nos outros e criar uma dependência
emocional com elas tira nosso foco do verdadeiro serviço. São práticas que demonstram
uma dependência escravizante. Uma mendicância emocional. Pastores e Pastoras
que vivem assim, são ansiosos para preservar o crescimento das suas comunidades
e, infelizmente, a manutenção das suas vidas materiais, o que se tornou
imperativo para todos nós. (Veremos isso no capítulo sobre “crer”).
Se as pessoas forem nosso foco,
estaremos lascados. Mas o problema não são elas em si, mas o que nos motiva a servi-las.
Se o nosso motivo for a glória de Deus, estaremos sempre tranquilos, pois seremos
achados fieis.
Hoje, eu sirvo as pessoas sempre
pedindo a Deus que seja de modo saudável. Aprendi com o Apóstolo Paulo o
seguinte:
Tudo quanto
fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens,
cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o
Senhor, é que estais servindo; pois aquele que faz injustiça receberá em troco
a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas. Colossenses 3.23-25
Voltei a amar as pessoas e ser
paciente pois sou servo do Senhor, e não dos outros. Faço como ao Senhor e não
a elas. Assim posso estar recuperando o amor que sempre tive a Deus, pois Ele não
nos chamou à escravidão nem a servi-Lo gemendo, mas com alegria.
Jesus Cristo, o
servo
Mateus relata que, perto do fim do ministério de Jesus
Cristo, uma atitude vil e competitiva desenvolveu-se entre os apóstolos, quando
Tiago, João e a mãe de ambos tentaram fazer Jesus prometer-lhes tronos privilegiados
no Reino. Palavras duras e gestos irados foram trocados entre os doze. Os
ânimos se inflamaram, então Jesus os reuniu e disse:
Então, Jesus,
chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os
maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário,
quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem
quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem,
que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos. (Mateus 20.25-28)
Certa vez perguntaram a um regente de uma grande orquestra
sinfônica qual era o instrumento mais difícil de tocar. “O segundo violino”,
respondeu ele. “Consigo muitos primeiros violinistas, mas é um problema
encontrar alguém capaz de tocar o segundo violino com entusiasmo. E se não há
um segundo violino, não há harmonia”.
Naquele momento trágico entre os apóstolos, não havia “segundos
violinistas”. E certamente nenhuma harmonia.
O evangelho de João
continua o relato dizendo que os discípulos estão reclinados à mesa, com seus
pés vergonhosamente sujos projetando-se atrás deles. A refeição está em
andamento, mas a conversa é tensa. Que maneira deprimente de comer a Páscoa!
Logo eles percebem que o Mestre se levanta da ceia e se afasta deles.
“Enquanto olhavam,
ele removeu sua capa, e depois sua túnica. Ele estava completamente despido,
nu. A seguir, tomou uma toalha e enrolou-a em torno do corpo.
Depois despejou agua
em uma bacia e começou a mover-se lentamente em torno do círculo, lavando os pés
estendidos de cada discípulo, enxugando-os com a toalha.
Foi um ato arrebatador. O midrash (comentário judaico das escrituras) ensinava que a nenhum
hebreu, mesmo escravo, poderia ser ordenado que ele lavasse os pés de outra
pessoa. Contudo Jesus Cristo o fez de maneira mais humilde possível, vestido
apejas com uma toalha de escravo. Então ele disse:
Ora, se eu, sendo o
Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu
senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Joao 13.14-16
Ele utilizou a lógica ancestral: se isso se aplica ao maior
(eu), precisa aplicar-se aos menores (vocês). Esse é sempre um argumento
poderoso. Porém, vindo de Jesus Cristo, ele é simplesmente constrangedor. Se o
Deus do universo é um servo, como é que nós, suas criaturas, nos atrevemos a
ser diferentes?
A síndrome dos
poderosos
Hoje, definitivamente, o serviço e sacrifício ao estão na
moda. Os “grandes” deste mundo deleitam-se em tronos e dão ordens. Eles medem
seu poder pelo número de pessoas que comandam. Eles não servem – são servidos.
Os que estão em posições elevadas expressam a antítese do exemplo de Cristo.
Para sermos honestos, isso também se aplica à igreja.
Existe uma mentalidade – sabe-se lá de onde vem – que define o sucesso com um
tipo de senhorio: sentar-se na poltrona de honra, ser o convidado festejado em
almoços, falar para grandes multidões, edificar monumentos, colecionar títulos
honoríficos, etc.
Há algum tempo, um Pastor da minha
cidade me disse que não poderia ir a um determinado compromisso porque tinha
uma reunião do ministério (...) Ao que perguntei: do que se tratava o tal
ministério. Ele me respondeu que era do grupo de 100 pastores com mais de 3 mil
membros que se reuniriam e pediriam direção para a Igreja do Brasil. CERTAMENTE
VOCES NÃO PODEM VER MINHA CONDIÇÃO DE INDIGNAÇÃO. Quer dizer que os outros não
estavam fazendo nada nos rebanhos que o Senhor deu para eles cuidarem?
Antigamente os obreiros eram
conhecidos pela dedicação e caráter. Hoje são conhecidos pelo número de
membros. Determinado folder de uma conferência para ensinar os sorumbáticos
obreiros ansiosos por números mostravam os palestrantes, e em seguida o número
de membros para validar o chamado. Definitivamente Jesus está fora de moda.
Não desejamos mais servir, mas desejamos
o status. A morte ensanguentada de Jesus serviu para dar grandes títulos e
empregos a muitas pessoas.
Para aqueles que pensam assim, o cristianismo existe para dar-me a vida eterna, aumentar minha saúde física, mimar meu corpo, aumentar o meu poder, elevar o meu prestigio e dar-me
dinheiro para adquirir qualquer coisa que meu coração deseje.
A corrente que nos arrasta do serviço para o autosserviço é
sutil e frequentemente imperceptível.
A lavagem dos pés retratou toda a vida de serviço de Jesus
Cristo:
- ele se levantou da
ceia. Como na encarnação, Ele se levantou do lugar de comunhão com Deus e o
Espirito Santo;
- ele tirou suas
vestes. Ao longo do seu ministério na terra, Cristo deixou sua existência
em glória temporariamente de lado. Esvaziou-se
a si mesmo, vindo a ser servo, tornando semelhante a homens (Filipenses 2.6-7);
- ele despejou agua
na bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxuga-los com a toalha
com que estava vestido. De maneira semelhante, Jesus Cristo despejou seu
sangue na cruz para lavar os pecados da humanidade culpada (Filipenses 2.8);
- após ter lavado
seus pés, tomando suas vestes e reclinado novamente à mesa...”. Depois de
ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade
nas alturas (Hebreus 1;3)”
O serviço produz
sucesso
Como vimos, o serviço produz o verdadeiro sucesso, pois nos
tornamos mais semelhantes a Cristo. Agradecemos a Deus por não estarmos
seguindo nossas fantasias, mas sim um chamado divino que nos proporciona muitas
oportunidades de sucesso. Descobrimos que no serviço – e não no autosserviço-
está o verdadeiro espirito de Cristo.
Na
próxima meditação: sucesso é ter uma vida de oração.
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