A NOSSA CONFISSÃO
Marcos 8.27-30
A personalidade que brota dos evangelhos, difere
radicalmente da imagem de Jesus com a qual estamos acostumados nos filmes de
hollywood. Nesses filmes, Jesus recita suas mensagens monotonamente e sem
emoção. Caminha pela vida como um indivíduo
calmo entre um elenco de figurantes agitados. Nada perturba. Distribui
sabedoria em tons apáticos comedidos. É, em suma, um Jesus prosaico.
Em contrapartida, os evangelhos apresentam um homem com tal
carisma, que o povo ficava sentado por 3 dias sem intervalo, sem comer, apenas
para ouvir as usas palavras instigantes. Ele parece emocionado, impulsivamente
movido pela compaixão” ou “cheio de piedade”. Os evangelhos revelam uma cadeia
de reações emotivas de Jesus: súbita simpatia por uma pessoa leprosa,
exuberância devido ao sucesso de seus discípulos, um rasgo de raiva diante dos
legalistas frios, tristeza por causa de uma cidade não receptiva e depois
aqueles gritos horríveis de angustia no Getsêmani e na cruz. Tinha uma
paciência quase inexaurível com os indivíduos, mas não tinha paciência nenhuma
com os religiosos e a injustiça.
Uma vez estive num retiro para homens destinado a ajuda-los
a “entrar em contato com suas emoções” e quebrar os estereótipos restritivos de
masculinidade. Enquanto me encontrava sentado num pequeno grupo, ouvindo outros
homens contar suas lutas para se expressarem e para experimentarem, verdadeira
intimidade, percebi que Jesus Cristo viveu num ideal de realização masculina
que dezenove séculos mais tarde ainda escapa à maioria dos homens. Três vezes,
pelo menos, ele chorou na frente dos seus discípulos. Não ocultou seus temores
nem hesitou em pedir ajuda: “a minha alma está cheia de tristeza até a morte”,
ele lhes disse no Getsêmani. “Ficai aqui e velai comigo”. Quantos lideres
fortes de hoje se mostrariam tão vulneráveis?
Ao contrário da maior parte dos homens que conheço, Jesus
Cristo também gostava de elogiar outras pessoas. Quando operava um milagre, não
raro desviava o credito de volta para o contemplado: “a tua é te salvou”.
Chamou Natanael “um verdadeiro Israelita, em quem não há nada falso”. De Joao
Batista, disse que não havia nenhum homem maior nascido de mulher. Ao instável
Pedro deu outro nome: “a rocha”. Quando
um a mulher assustada lhe ofereceu um extravagante ato de devoção, Jesus
defendeu-a contra as críticas e disse que a história de sua generosidade seria
lembrada para sempre.
Os evangelhos mostram que Jesus rapidamente estabeleceu
intimidade com as pessoas que conhecia. Quer falando com uma mulher junto a um
poço, quer com um líder religioso no jardim, quer com um pescador no lago,
chegava mediatamente ao âmago da questão, e depois de rápidas palavras de
conversação essas pessoas revelavam a Jesus seus segredos mais íntimos. As
pessoas do seu tempo inclinavam-se a manter os rabinos e os “homens santos” a
uma distância respeitosa, mas Jesus extraia delas algo mais, uma fome tão profunda
que se aglomeravam dele para lhe tocar as vestes.
Jesus Cristo não segui mecanicamente uma lista de “coisas
para fazer hoje”, e duvido que apreciasse a ênfase que damos hoje à
pontualidade e ao planejamento preciso. Ele foi a festas de casamento que
duravam dias. Deixava-se distrair por qualquer “João ninguém” que encontrasse,
quer uma mulher com hemorragia que timidamente lhe tocou o manto, quer um
mendigo cego que se tornou maçante. Dois de seus mais impressionantes milagres
(a ressurreição de Lazaro e a da filha de Jairo) aconteceram porque ele chegou
tarde demais para curar a pessoa doente.
Jesus foi “o homem dos outros”, numa excelente frase de
Bonhoeffer. Manteve-se livre – livre para os outros. Aceitava quase qualquer
convite para jantar, e por conseguinte nenhuma figura pública tinha uma lista
mais diversa de amigos, desde pessoas ricas, centuriões romanos e fariseus, até
cobradores de impostos, prostitutas e vítimas de lepra.
As pessoas gostavam de estar com Jesus; onde ele estava, havia alegria.
Contudo, devido a todas essas qualidades que remetem para o
que os psicólogos gostam de chamar autorrealização, jesus quebrou o protocolo.
Como C.S. Lewis diz: “Ele não foi de maneira nenhuma o quadro que os psicólogos
pintam de cidadão integrado, equilibrado, ajustado, feliz no casamento, bem
empregado, popular. Não podemos realmente estar “bem ajustados” ao nosso mundo
se ele nos diz “vá para o inferno” e nos acaba pregando nus a um poste de
madeira”.
A cidade
Cesaréia de Filipe. A 40 km ao norte de Betsaisa, perto do
monte Hermon.
O povo daquele tempo considerava João Batista como um
profeta. De fato ele foi o último profeta desde a linhagem do Antigo
Testamento. O ministério de Joao foi chamar Israel ao arrependimento coo
preparação para chegada do Messias.
Herodes espalhou que Jesus Cristo era João porque estava
arrependido e pesado por ter caído numa cilada de bêbado.
Os seguidores de João Batista, existem hoje e são
considerados como aqueles que procrastinam (deixam tudo para Depois). Afinal um
dia Jesus Cristo virá para cada um.
Os judeus ainda estavam esperando um profeta que viria
prenunciar o Messias. Jamis que fosse Jesus Cristo, principalmente por causa
das suas qualidades, ou falta delas.
Alguns viam Jesus Cristo como cumprimento de Deuteronômio 8.15,
a profecia messiânica que apontava para aquele que, tal como Moisés, lideraria
o povo para libertação do império
Romano.
Outros estavam dispostos a reconhecer Jesus Cristo apenas
como um grande profeta, ou alguém que estava retomando a linhagem suspensa dos
profetas do Antigo Testamento.
Estes, são o tipo de pessoas que seguem apenas as tradições
religiosas, destituídos de Jesus Cristo.
A NOSSA CONFISSÃO
(Versículo 30)
Esta é a pergunta que o Espirito Santo faz a nós.
Pedro teve uma revelação: Tú és o Cristo de Deus.
Jesus Cristo (Marcos 1.1) – o homem divinizado, no porte de
Deus;
Cristo Jesus (Atos 17.3) – Deus humanado, em pele de homem.
É imperioso anunciar que Deus se tornou homem para assumir o
nosso pecado. Porém é imperativo anunciar que o homem crucificado se levantou
dentre os mortos, pelo poder de Deus, a fim de se tornar o cabeça de uma nova raça. Se houve um Deus
que se encarnou num homem da história, há um homem exaltado no trono de Deus.
O Cristo humanado aqui na terra é o homem divino lá no céu.
Cristo Jesus é Deus em pele de homem, Jesus Cristo é o homem no porte de Deus.
A humanidade de Deus e a divindade do homem fazem parte do
projeto eterno da salvação. Quando Jesus desceu à Terra, não deixou de ser
Deus; quando voltou ao céu, não deixou de ser homem.
Desafio
“E vocês, quem dizem que eu sou?”
Você é um seguidor de João Batista, um procrastinador?
Um seguidor de Elias, adepto à religiosidade morta, sem
poder?
- a pessoa mais importante;
- o Senhor da tua vida, de fato;
- o conhecimento da Sua pessoa, sua dependência dele, sua
esperança nele e sua energia para viver e para morrer é o fato mais importante
da tua existência?
Disto vai resultar tudo o que você é, faz, e fala. Essa
confissão determinará todas as suas reações no desempenho da vida.
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