Por que buscais entre os mortos ao que vive? Lucas 24.5.
As
melhores notícias que o mundo já ouviu vieram de um túmulo. A história da Páscoa não termina numa
noite de velório, mas na celebração de uma madrugada jubilosa. Jesus nunca
oficiou um funeral, nem deixou margem para que fossem visitar o seu corpo na
sepultura. A vida espiritual autêntica do Senhor Jesus não estaciona em
cemitério nem corteja defunto. Não há visita de finados.
Maria
havia chegado à conclusão do roubo do corpo de Jesus. Pedro e João tiveram uma
revelação diferente, promovida pelas palavras que o Senhor havia dito sobre sua
ressurreição, e que eles lembraram no instante em que viram o túmulo vazio. Um
detalhe revelador que João testemunhara: o lenço que havia sido usado para
cobrir a cabeça de Jesus não estava com o restante dos panos que envolveram seu
corpo, mas estava enrolado à parte. ...e a faixa que tinham posto em volta da cabeça de
Jesus. A faixa não estava junto com os lençóis, mas estava enrolada ali ao
lado. (João 20.7) Como
afirma Eugene Peterson, com a
inteligência de um detetive, João deduz que roubo era algo fora de cogitação.
As
religiões humanas falam dos seus líderes como homens que estiveram vivos, mas
estão mortos, porém o Evangelho anuncia um Cristo que esteve morto e está vivo.
Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão
direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive;
estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as
chaves da morte e do inferno. Apocalipse 1.17-18. Não temos túmulo
sagrado em nosso culto, porque não temos cadáver. Nosso Evangelho não termina
na morte, mas em vitória; não em túmulos, mas em triunfo. O cristianismo
começa onde a religião termina – com a ressurreição. O Evangelho não
glorifica o moribundo, como em outras religiões, mas elogia aquele que vive.
O
cristianismo é essencialmente a pregação da mensagem viva da esperança que brota
de um túmulo vazio. W. Robertson Nicoli disse que o túmulo vazio de Cristo
foi o berço da igreja. Enquanto o velho judaísmo ocultava um cadáver no
crepúsculo do seu penúltimo dia semanal, a fim de cumprir um descanso sabático
engessado no legalismo, o novo cristianismo despontava na alvorada do primeiro
dia, com a notícia radiante de um túmulo desabitado. O símbolo de nossa fé é
uma cruz vazia e uma sepultura desocupada. A morte de Jesus e a sua
ressurreição são as verdades centrais da história da igreja.
Não
podemos explicar o surgimento da igreja sem a cruz onde Jesus morreu, para nos
levar a morrer juntamente com Ele, e sem a ressurreição de onde recebemos a
nova vida. Os Evangelhos não explicam a ressurreição; todavia, a
ressurreição explica os Evangelhos e a nossa experiência de salvação. Bendito
o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita
misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de
Jesus Cristo dentre os mortos. 1 Pedro 1.3. Nós somos salvos pela vida
ressuscitada de Cristo. Por isso que a Bíblia diz que sem ressurreição, não há
salvação do pecador E, se Cristo não ressuscitou, é vã a
vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados (1 Coríntios 15.17).
A
grande comunicação da fé cristã se baseia no fato singular da ressurreição de
Cristo. Fulton Sheen disse certa ocasião: Satanás pode aparecer com vários
disfarces como Cristo, e, no fim do mundo, apresentar-se-á como benfeitor e
filantropo; mas Satanás jamais poderá aparecer com as cicatrizes nas mãos.
Há muitas fórmulas de falsificação e imitação no cristianismo. O amor
dissimulado e a humildade fingida são bons exemplos. Há fraudes tão perfeitas
que são capazes de enganar os melhores peritos. Mas ninguém poderá imprimir as
feridas da cruz em seu próprio corpo ou remendar as marcas do Calvário no corpo
vivo do Cristo ressuscitado.
Com isto. sem uma
revelação especial e salvadora – a revelação que se centraliza no Senhor Jesus
Cristo – não iremos conhecer a Deus nem poderemos conhecê-lo. Só o Espírito pode nos revelar o real
senhorio de Cristo. O Senhor que deixou vago seu túmulo não deixou vago seu
trono. Jesus não pode ser nosso Salvador, a não ser que seja
primeiramente nosso Senhor. Se Aquele que ressuscitou é de fato teu Senhor,
sua presença está para a tua vida como a lua está para a maré. Esteja
absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que este Jesus, que vós
crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Atos 2.36. Ora, se Cristo
não é o seu Senhor, Ele também não é o seu Salvador. Não dá nenhum valor a
Cristo quem não lhe dá valor acima de tudo, como seu Senhor.
Se a morte não pode manter a história
de Cristo refém de um cadáver nem aprisioná-lo no fundo de um túmulo, tão pouco
o desânimo poderá sepultar a esperança daqueles que se apoiam no poder de
Cristo ressuscitado. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a
esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. 1 Coríntios 15.19.
Se Deus está interessado em contabilizar os fios de cabelo de seu povo,
certamente ele preservará suas cabeças com uma mentalidade de esperança, capaz
de modificar as duras crises. Todas as bênçãos que Deus tem reservado para o
ser humano encontram-se depositadas na pessoa do Senhor Jesus Cristo.
Qualquer
pássaro pode cantar em um dia ensolarado, mas o canto de esperança pertence a
uma espécie rara de fé, que sempre surge em meio às nuvens escuras da
tempestade. Muitos costumam dizer: Hoje não tem sol. Mas isto não é verdade.
Hoje o sol está encoberto; mesmo assim, a esperança vislumbra a sua luz, até
diante das densas camadas. No coração do crente nunca se apaga a esperança da
vitória, pois ele sabe que o berço da nova vida foi um túmulo frio da morte. Assim,
não há tempo perdido em esperar, quando esperamos no Senhor ressuscitado. Os
apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus,
e em todos eles havia abundante graça. Atos 4.33.