No que diz respeito ao excesso numérico das igrejas cristãs, o evangelista americano Billy Graham (88 anos) e o cardeal brasileiro Dom Eugênio Araújo Sales (dois anos mais novo) estão de pleno acordo. No sermão pregado no Madison Square Garden, em Nova York, no dia 19 de junho 1969, Billy Graham declarou: “O de que precisamos nos Estados Unidos hoje é de nos desfazermos de muita gente que temos na igreja. Creio que poderíamos fazer muito melhor trabalho se fôssemos discípulos dedicados e disciplinados como os que havia na igreja primitiva. É preciso ter disciplina para levantar uma hora mais cedo com o fim de estudar a Bíblia cada manhã. É preciso ter disciplina para desligar a televisão uma hora mais cedo à noite para gastá-la em oração. Dois dias depois, no mesmo lugar e no mesmo horário, o evangelista americano voltou ao assunto: “Julgo ser uma boa coisa o fato de os cristãos estarem se tornando uma pequena minoria — aqueles de nós que realmente cremos em Cristo. Foi assim que a igreja primitiva virou o mundo de cabeça para baixo. Creio que temos sido numerosos demais. Temos nos estorvado uns aos outros e não temos tido disciplina e dedicação. O de que precisamos é uma minoria dedicada para transformar este país e o mundo” (O Desafio. Editora Record, 1969. p. 124, 150). Em artigo publicado no Jornal do Brasil, Dom Eugênio Sales, hoje arcebispo emérito de São Sebastião do Rio de Janeiro, declarou: “Dizem que são 122 milhões de católicos batizados no Brasil. Se saísse a metade, a igreja não ficaria prejudicada”. De alguns anos para cá, o que os protestantes mais querem é crescer numericamente, e o que os católicos mais querem é não perder seus fiéis para outras igrejas cristãs. Estão todos contrariando os octogenários Billy Graham e Eugênio Sales.
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